Brasil na
COP 23, da Alemanha.
por Thomas Augusto,
especial para a Envolverde –
O que esperar das resoluções ambientais do
país na conferência ambiental da ONU
Depois de uma COP 21 de muita esperança, uma COP
22 de muita cautela, a próxima deve prometer ânimos acalorados dos chefes de
estado, afinal, essa será a primeira Conferência de Trump. A edição desse ano
acontecerá em Bonn, na Alemanha, e será presidida por Fiji, que terá a difícil
missão de promover o andamento e cumprimento do Acordo de Paris, enquanto
mostra ao mundo os desastres ambientais já causados pelo aquecimento global –
isso, sem contar que terá que manter na rédea os EUA. Não será fácil. Mas,
nesse barulho todo, onde se encontra o Brasil?
Segundo o secretário-executivo do Observatório do
Clima, Carlos Rittl, “Seis ou sete anos atrás, o Brasil chegava às COPs, um dos
diplomatas fazia o anúncio da taxa de desmatamento e isso era seguido de uma
salva de palmas porque significava que o Brasil estava enfrentando o desafio de
reduzir o desmatamento e, com isso, diminuindo muito suas emissões”. Mas a
situação já não é mais a mesma.
Ano passado, o Brasil apresentou à COP um cenário
oposto. Um aumento de 24% do desflorestamento na Amazônia em 2015 e a alta da
violência no campo. Porém, engana-se quem achava que esse seria o fundo do
poço. As previsões para 2016 apontam uma alta de quase 30% no desmatamento
amazônico. Ou seja, a pior taxa desde 2008.
“Agora não existe mais ambiente para aplausos.
Pelo contrário, o presidente Michel Temer ter criado um ambiente onde as
questões socioambientais são moeda de troca para conseguir votos no Congresso é
constrangedor por si só”, complementa Rittl.
Prova disso, são os recentes projetos no
Congresso que visam minar o meio-ambiente brasileiro. O texto que muda o
licenciamento ambiental no país já possui seis problemas identificados pelo
Ibama.
Um decreto de lei em trâmite prevê que crimes ambientais poderão ser
pagos em serviços. Outro projeto de lei visa alterar os limites da Floresta
Nacional do Jamanxim, no Pará, reduzindo o nível de proteção ambiental da área.
E a lista continua…
O único possível ponto positivo na COP 23, o
RenovaBio, nova política para biocombustíveis, ainda peca ao não estabelecer
metas mais claras. Talvez seja tempo de repensar onde perdemos o rumo. Talvez
devemos entender que interesse político e meio-ambiente juntos são muito perigosos.
Fonte: ENVOLVERDE
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