Energias
renováveis empregam 9,8 milhões de pessoas no mundo.
Novo relatório mostra números melhores do que os
gerados pelo setor de combustíveis fósseis.
A maior parte dos empregos se concentra na China,
no Brasil, nos Estados Unidos, na Índia, no Japão e na Alemanha. | Foto: Divulgação/IRENA
As energias renováveis empregavam mais de 9,8
milhões de pessoas em 2016, segundo o mais recente relatório da Agência
Internacional de Energia Renovável (IRENA). Energia Renovável e Emprego –
Revisão Anual 2017 acaba de ser divulgado na 13ª reunião do Conselho da IRENA e
traz os dados mais recentes sobre empregos e análises sobre os fatores que
afetam o mercado de trabalho em energias renováveis.
“A queda dos custos e políticas facilitadoras têm
impulsionado o investimento e, por consequência, os empregos em energias
renováveis em todo o mundo desde a primeira avaliação anual da IRENA em 2012,
quando pouco mais de cinco milhões de pessoas trabalhavam no setor”, destaca
Adnan Z.
Amin, Diretor Geral da IRENA. “Nos últimos quatro anos, por exemplo, o
número de empregos nos setores solar e eólico mais do que dobrou. As energias
renováveis estão apoiando diretamente objetivos socioeconômicos mais amplos,
com a geração de empregos cada vez mais reconhecida como um componente central
da transição energética global. À medida que a balança continua a pender em
favor das energias renováveis, esperamos que o número de pessoas trabalhando no
setor de energias renováveis possa chegar a 24 milhões até 2030, mais do que
compensando as perdas de postos de trabalho com combustíveis fósseis e se
tornando um grande motor de desenvolvimento econômico em todo o mundo”,
acrescentou.
O relatório mostra que as energias renováveis
empregavam 8,3 milhões de trabalhadores em todo o mundo em 2016, excluindo-se
grandes hidrelétricas. Se contabilizarmos os empregos diretos gerados por
estas, o número total de empregos em energias renováveis no mundo sobe para 9,8
milhões. A maior parte dos empregos se concentra na China, no Brasil, nos
Estados Unidos, na Índia, no Japão e na Alemanha. Na China, por exemplo, 3,64
milhões de pessoas trabalharam em energias renováveis em 2016, um aumento de
3,4% em relação ao ano anterior.
O relatório da IRENA mostra ainda que, nesse
setor, a energia solar fotovoltaica (PV) foi a maior empregadora em 2016, com
3,1 milhões de empregos – 12% a mais em relação a 2015 – principalmente na
China, Estados Unidos e Índia. Nos Estados Unidos, os empregos na indústria
solar aumentaram 17 vezes mais rápido do que a economia como um todo, crescendo
24,5% em relação ao ano anterior para mais de 260 mil. As novas instalações
eólicas contribuíram para um aumento de 7% no emprego eólico global, que
alcançou a marca de 1,2 milhão de postos de trabalho.
O Brasil, a China, os
Estados Unidos e a Índia também se revelaram mercados-chave de bioenergia, com
os biocombustíveis respondendo por 1,7 milhão de empregos, a biomassa por 700
mil e o biogás 300 mil.
“Ao incluir dados de grandes hidrelétricas, este
ano a IRENA traçou um quadro mais completo sobre os empregos no setor das energias
renováveis. É importante reconhecer esses 1,5 milhão de trabalhadores, pois
eles representam a maior tecnologia de energia renovável por capacidade
instalada “, disse a Dra. Rabia Ferroukhi, Chefe da Unidade de Política da
IRENA e Diretora Adjunta de Conhecimento, Política e Finanças.
O relatório também informa que, globalmente, 62%
dos postos de trabalho em renováveis estão localizados na Ásia. Empregos em
instalação e manufatura continuam a migrar para aquela região, especialmente
para Malásia e Tailândia, que se tornaram centro mundial de fabricação de
energia solar fotovoltaica.
Na África, os avanços no uso das energias
renováveis em concessionárias de serviços públicos foram grandes, gerando
62.000 empregos em renováveis no continente. “Em alguns países africanos, com
recursos e infraestrutura adequados, estamos vendo postos de trabalho surgirem
em fabricação e instalação para projetos com escala de serviços públicos. Para
grande parte do continente, entretanto, as energias renováveis distribuídas,
como a energia solar fora da rede, estão trazendo acesso à energia e
desenvolvimento econômico. Estas soluções de mini-grid e off-grid estão dando
às comunidades a chance de superar o gap de infra-estrutura de energia elétrica
tradicional e criar novos postos de trabalho no processo “, disse Ferroukhi.
Fonte: ONE2030
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