Empresas
tem mais consciência em sustentabilidade, mas faltam decisões.
Pesquisa mostra que empresários estão
preocupados em investir em sustentabilidade. Tema é discutido em Curitiba na
próxima semana.
Pesquisa realizada ao longo dos últimos cinco
anos durante a realização do Fórum Sustentabilidade e Governança mostra que a
maioria dos executivos e gestores tem elevada consciência do impacto das
questões ambientais nos seus negócios, porém “falta cultura empresarial” para
uma adesão maior a práticas responsáveis.
“De forma geral, os gestores sabem da importância
do tema sustentabilidade e governança, têm consciência dos riscos envolvidos e
das medidas necessárias para a sua implementação, sabem também que não podem
esperar eficiência das ações governamentais, porém a mudança dessa cultura é
muito mais difícil”, afirma Miguel Milano, engenheiro florestal e um dos
organizadores do Fórum.
Além desse aspecto, 65% dos pesquisados, em sua maioria
coordenadores, gerentes e diretores, reconheceram que bens e produtos com
origem produtiva comprovadamente legal, eficiente e sustentável merecem uma
precificação (prêmio) diferenciada. Outros 35% defendem que as práticas
sustentáveis não deveriam influenciar no preço, pois a “produção eficiente e
legal é uma obrigação empresarial”.
Pesquisa mundial realizada pela ISEAL Alliance
confirma esse diferencial, ao constatar que os resultados de longo prazo
identificados em 53% dos casos foram o aumento do lucro, a diminuição de custos
(30%) e a melhoria reputacional (60%)”. A razão para as práticas não serem
adotadas mesmo em empresas “já convertidas”, já que existe consciência das
vantagens, pode ter sido traduzido pelo resultado da pesquisa realizada, pois
45% dos entrevistados apontam para a “falta de conhecimento e cultura no
assunto, falta de clareza no assunto e a falta de coordenação em cadeia”.
A pesquisa do Fórum mostra ainda que:
apenas 37% dos entrevistados têm conhecimento de iniciativas na área
ambiental em âmbito federal. O desconhecimento reflete a descrença na
efetividade dos mecanismos de incentivo existentes. Na média dos cinco anos de
pesquisa, mais da metade (52%) dos entrevistados respondeu que consideram
ineficientes as ações governamentais das quais têm conhecimento.
A vulnerabilidade às mudanças climáticas também
entrou na agenda de preocupações dos gestores. Em conjunto com a escassez e
poluição da água, esses fatores somam dois terços das respostas do ano passado
ao questionamento sobre quais limitações ecossistêmicas poderiam afetar o
crescimento da empresa ao longo de dez anos.
O índice de preocupação com os eventos climáticos
(20%) foi o mais expressivo de todos os anos estudados, o que mostra uma
consonância da consciência dos empresários com o que está sendo discutido
globalmente.
Sobre o Fórum
Sob o tema “O caminho natural do
desenvolvimento”, o Fórum Sustentabilidade & Governança realiza sua
sexta edição em Curitiba, nos dias 22 e 23 de agosto e oferece espaço para que
iniciativas inovadoras que envolvam sustentabilidade e negócios sejam
discutidas e compartilhadas com os principais atores envolvidos no tema.
Entre os palestrantes estão: David
Brand, CEO da companhia australiana New Forests, que conta com mais
de 30 anos de experiência com investimentos na área florestal e de políticas
públicas; e Manoel Sobral Filho, Diretor Executivo do Fórum de Florestas da
ONU, que vai falar sobre as metas de desenvolvimento sustentável estabelecidas
pela Organização.
As inscrições e programação completa no endereço:
Fonte: ENVOLVERDE
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