Mato Grosso tem a maior taxa de desmatamento nos últimos 10 anos.
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Assessoria de
Comunicação – 10/12/2018
Mato Grosso perdeu quase uma Cuiabá
inteira para o desmatamento em 2018, e 85% da floresta que foi para o
chão foi desmatada de forma ilegal. Entre agosto de 2017 e julho de
2018, 1.749 km² de floresta foram derrubados – ou 174 mil
hectares. O estado é novamente vice-campeão de desmatamento da
Amazônia, com 22% do acumulado no período.
Baixe aqui a análise completa, em pdf.
A análise é do Instituto Centro de
Vida (ICV), com base em dados do Projeto de Monitoramento do
Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes). Os dados
indicam que as ações feitas pelo Estado para conciliar produção
com conservação não estão sendo suficientes para virar o
desenvolvimento de Mato Grosso na direção da sustentabilidade.
Apesar
de diversos esforços para conter o desmatamento, a taxa cresceu
desde que o Governo do Estado se comprometeu a eliminar o
desmatamento ilegal, durante a Conferência do Clima, a COP, em 2015
em Paris. As médias anuais passaram de 1.000 km² para 1.600 km².
As fronteiras ativas de desmatamento sofreram pouca alteração, com
mais da metade do desmatamento concentrado em apenas 10 municípios
das regiões Noroeste e Médio Norte. O destaque está para Colniza a
Aripuanã, no noroeste, com um quarto do desmatamento total do
estado.
Outra tendência que tem se mantido
é a prevalência do desmatamento em imóveis rurais privados
cadastrados no Sistema Nacional de Cadastro Ambiental (SICAR), que
concentram 52% de todo desmatamento de Mato Grosso. Grandes áreas
contínuas desmatadas também seguem como ocorrência frequente, com
os polígonos maiores de 100 hectares representando 51% de toda área
desmatada. No município de Querência está o maior desmatamento
contínuo capturado pelas imagens de satélite: um único
desmatamento ilegal com mais de 5 mil hectares, já autuado pelo
Ibama em agosto deste ano.
Área desmatada ilegalmente no
município de Querência detectada pelo Prodes 2018.
Projetos de assentamentos da reforma
agrária são responsáveis por 12% da área desmatada, menos da
metade do padrão de contribuição dessa categoria em toda a
Amazônia nos últimos anos. As Terras Indígenas seguem sob forte
pressão de invasões, com 5% do desmatamento detectado no período.
Outro destaque que se repete é o desmatamento
associado às usinas hidrelétricas: elas foram responsáveis por
4% do desmatamento de 2018, com participação significativa da
implantação das UHEs Sinop e Colíder na região médio norte do
estado.
O aumento do desmatamento coloca em
risco ações como o Programa
REDD+ para Pioneiros (REM). Coordenado pelos governos alemão e
inglês, investirá até R$ 178 milhões nos próximos cinco anos em
ações e iniciativas que visem a conservação das florestas e
fomento a práticas sustentáveis. Para o recebimento do recurso,
porém, é necessário que a taxa de desmatamento se mantenha em
1.780 km².
Veja também:
Mapa do
Desmatamento na Amazônia Mato-Grossense em 2018
Fonte: ICV
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