IBGE: Indicadores apontam aumento da pobreza entre 2016 e 2017.
A Síntese de Indicadores Sociais
(SIS) analisou o tema pobreza utilizando diferentes medidas que
mostram o aumento da pobreza entre 2016 e 2017. Segundo a linha de
pobreza proposta pelo Banco Mundial (rendimento de até US$ 5,5 por
dia, ou R$ 406 por mês), a proporção de pessoas pobres no Brasil
era de 25,7% da população em 2016 e subiu para 26,5%, em 2017. Em
números absolutos, esse contingente variou de 52,8 milhões para
54,8 milhões de pessoas, no período. Nessa mesma análise, a
proporção de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos que viviam
rendimentos de até US$ 5,5 por dia passou de 42,9% para 43,4%, no
mesmo período.
Já o contingente de
pessoas com renda inferior a US$ 1,90 por dia (R$ 140 por mês), que
estariam na extrema pobreza de acordo com a linha proposta pelo Banco
Mundial, representava 6,6% da população do país em 2016, contra
7,4% em 2017. Em números absolutos, esse contingente aumentou de
13,5 milhões em 2016 para 15,2 milhões de pessoas em 2017.
Em 2017, o rendimento
médio mensal domiciliar per capita no país foi de R$ 1.511. As
menores médias foram no Nordeste (R$ 984) e Norte (R$ 1.011),
regiões onde quase metade da população (respectivamente, 49,9% e
48,1%) tinha rendimento médio mensal domiciliar per capita de até
meio salário mínimo. Estas são algumas informações da Síntese
de Indicadores Sociais 2018, que analisou o mercado de trabalho,
aspectos educacionais e a distribuição de renda da população
brasileira, a partir dos dados da PNAD contínua do IBGE e de outras
fontes.
A SIS 2018 mostrou que
27 milhões de pessoas (13,0% da população) viviam em domicílios
com ao menos uma das quatro inadequações analisadas. O adensamento
excessivo (domicílio com mais de três moradores por dormitório)
foi a inadequação domiciliar que atingiu o maior número de
pessoas: 12,2 milhões, ou 5,9% da população do país em 2017.
Na análise
educacional, a SIS 2018 mostrou que a proporção de matrículas por
cotas no ensino superior público triplicou nos últimos 7 anos: de
2009 a 2016, esse percentual subiu de 1,5% para 5,2%. Nas
instituições privadas, no mesmo período, o percentual de
matrículas com PROUNI subiu 28,1%, passando de 5,7% para 7,3%.
A taxa de ingresso ao
ensino superior dos alunos oriundos da escola privada era 2,2 vezes a
dos que estudaram na rede pública. Entre os que concluíram o nível
médio na rede pública, 35,9% ingressaram no ensino superior, contra
79,2% dos que cursaram a rede privada.
Na análise do mercado
de trabalho, a SIS 2018 mostrou que a taxa de desocupação era de
6,9% em 2014 e subiu para 12,5% em 2017. Isso equivale a 6,2 milhões
de pessoas desocupadas a mais entre 2014 e 2017. Nesse período, a
desocupação cresceu em todas as regiões e em todos os grupos
etários.
Em 2017, o trabalho
informal alcançou 37,3 milhões de pessoas, o que representava 40,8%
da população ocupada, ou dois em cada cinco trabalhadores do país.
Esse contingente aumentou em 1,2 milhão desde 2014, quando
representava 39,1% da população ocupada.
Em 2017, os
trabalhadores brancos (R$ 2.615) ganhavam, em média, 72,5% mais que
os pretos ou pardos (R$ 1.516) e os homens (R$ 2.261) recebiam 29,7%
a mais que as mulheres (R$ 1.743). O rendimento-hora dos brancos
superava o dos pretos ou pardos em todos os níveis de escolaridade,
e a maior diferença estava no nível superior: R$ 31,9 por hora para
os brancos contra R$ 22,3 por hora para pretos ou pardos. O material
de apoio da SIS 2018 está nesta página.
Proporção de pessoas na
pobreza sobe de 25,7% para 26,5% de 2016 para 2017
Na ausência de uma linha oficial de
pobreza no país, a Síntese de Indicadores Sociais analisou este
tema utilizando diferentes medidas que, em sua maioria, mostram o
crescimento da pobreza, entre 2016 e 2017.
Considerando-se a linha de pobreza
proposta pelo Banco Mundial (rendimentos de até US$ 5,5 por dia, ou
R$ 406 por mês), a proporção de pessoas pobres no Brasil subiu de
25,6% da população, em 2016, para 26,5%, em 2017. Em números
absolutos, esse contingente era de 52,8 milhões, em 2016, e subiu
para 54,8 milhões de pessoas, em 2017.
No Nordeste, 44,8% da população
estava em situação de pobreza, o equivalente a 25,5 milhões de
pessoas. Por outro lado, a Região Sul possuía cerca de 3,8 milhões
de pessoas em situação de pobreza, o equivalente a 12,8% dos quase
30 milhões de habitantes. No Sudeste, o percentual de pessoas abaixo
dessa linha subiu para 17,4% da população, abarcando 15,2 milhões
de pessoas.
Porto Velho (RO) e Cuiabá (MT)
também se destacam, pois foram as duas únicas capitais onde a
proporção de pessoas abaixo da linha dos US$ 5,5 por dia superava a
dos respectivos estados: em Porto Velho era 27,0%, contra 26,1% em
Rondônia; em Cuiabá, 19,2%, contra 17,1% em Mato Grosso.
País tinha 15,2 milhões de
pessoas na extrema pobreza em 2017
O contingente de pessoas com renda
inferior a US$ 1,90 por dia (R$ 140 por mês), que estariam na
extrema pobreza de acordo com a linha estabelecida pelo Banco
Mundial, representava 6,6% da população do país, em 2016,
participação que aumentou para 7,4% em 2017. A proporção de
pessoas abaixo dessa linha aumentou em todas as regiões, com exceção
do Norte, que ficou estável. Em números absolutos, esse contingente
aumentou de 13,5 milhões em 2016 para 15,2 milhões de pessoas, em
2017.
Cresce a proporção de
crianças e adolescentes abaixo da linha de pobreza
A proporção de crianças e
adolescentes de 0 a 14 anos que viviam em domicílios com renda de
até US$ 5,5 por dia (R$ 406 por mês) passou de 42,9% para 43,4%. A
Síntese de Indicadores Sociais do IBGE também analisa a prevalência
de pobreza considerando as características das pessoas de referência
dos domicílios.
Do total de moradores em domicílios
em que a pessoa de referência era uma mulher sem cônjuge e com
filhos de até 14 anos, 56,9% estavam abaixo dessa linha. Se a
responsável pelo domicílio era uma mulher preta ou parda
(igualmente sem cônjuge e com filhos no mesmo grupo etário), essa
incidência subia para 64,4%.
A intensidade da pobreza
aumentou entre 2016 e 2017
O hiato da pobreza é um cálculo
aproximado do montante necessário para erradicar a pobreza. Em 2017,
foi estimado em R$ 10,2 bilhões mensais, perfeitamente alocados,
para que as pessoas com rendimentos inferiores a US$ 5,5 por dia
atingissem essa linha. A distância média do rendimento dos pobres
em relação à linha aumentou, entre 2016 e 2017, de R$ 183 para R$
187 reais.
O hiato da pobreza também pode ser
calculado para outras linhas. Para a linha de extrema pobreza (R$ 140
por mês ou US$ 1,90 por dia), o montante necessário para que todos
alcancem essa linha era de R$ 1,2 bilhão por mês.
Dado que a pobreza é um fenômeno
dinâmico o hiato apenas traz um elemento de estimação do valor de
sua erradicação no ano em que foi calculado.
Em 2017, o Distrito Federal
era líder em desigualdade, segundo o Índice de Palma
Em 2017, os 10% das pessoas com os
maiores rendimentos (de todas as fontes) do país acumulavam 43,1% da
massa total desses rendimentos, enquanto os 40% com os menores
rendimentos detinham apenas 12,3%. Esse estrato do topo concentrava
3,51 vezes mais rendimentos do que a base, razão conhecida como o
Índice de Palma. Nessa mesma comparação, o Distrito Federal foi a
unidade da federação mais desigual, onde os 40% das pessoas com os
menores rendimentos acumularam 8,4% da massa e os 10% das pessoas com
os maiores rendimentos detinham 46,5%. Em 2017, a razão entre esses
dois valores chegou a 5,57 no DF, e superou as outras 26 unidades da
federação.
Metade da população de
Norte e Nordeste vive com até meio salário mínimo
Em 2017, o rendimento médio mensal
per capita domiciliar no país foi de R$ 1.511. As menores médias
foram no Nordeste (R$ 984) e Norte (R$ 1.011), regiões onde quase
metade da população (respectivamente, 49,9% e 48,1%) tinha
rendimento médio de até meio salário mínimo. Ainda nessas
regiões, apenas 7,8% e 7,7% das pessoas possuíam rendimento mensal
(de todas as fontes) superior a dois salários.
Pretos ou pardos continuam a
predominar entre os mais pobres
Entre os pretos ou pardos, 13,6%
estavam entre os 10% da população com os menores rendimentos. No
outro extremo, porém, apenas 4,7% deles estavam entre os 10% com
maiores rendimentos. Já entre os brancos, 5,5% integravam os 10% com
menores rendimentos e 16,4% os 10% com maiores rendimentos.
Por faixa de renda, os pretos ou
pardos representavam, em 2017, 75,2% das pessoas com os 10% menores
rendimentos, contra 75,4% em 2016. Na classe dos 10% com os maiores
rendimentos a participação de pretos ou pardos aumentou: de 24,7%
em 2016, foram para 26,3% em 2017. Apesar dessa evolução, a
desigualdade permanece alta.
Pretas ou pardas sem cônjuge
e com filhos têm mais restrições a direitos e serviços
A análise por restrição de acesso
a bens em múltiplas dimensões complementa a análise monetária e
permite avaliar as restrições de acesso à educação, à proteção
social, à moradia adequada, aos serviços de saneamento básico e à
internet.
Nos domicílios cujos responsáveis
são mulheres pretas ou pardas sem cônjuge e com filhos até 14
anos, 25,2% dos moradores tinham pelo menos três restrições às
dimensões analisadas. Esse é também o grupo com mais restrições
à proteção social (46,1%) e à moradia adequada (28,5%).
Acesso à internet aumenta
para pessoas em situação de pobreza
A proporção da população com
acesso à internet no domicílio passou de 67,9% em 2016 para 74,8%
em 2017. Entre a população com renda domiciliar per capita inferior
a R$ 406 por mês (US$ 5,5 por dia), a alta foi mais intensa, de
47,8% em 2016, para 58,3% em 2017.
A desigualdade de acesso entre o
total da população e aqueles abaixo da linha da pobreza é mais
marcante no acesso por computador, 40,7% contra 14,5%, do que no
acesso por meio de outros equipamentos como tablets, celulares e
televisores, 73,7% frente a 57,5%.
Moradia inadequada afeta 27
milhões de pessoas
A SIS mostrou que 27 milhões de
pessoas (13,0% da população) viviam em domicílios com ao menos uma
das quatro inadequações analisadas. O adensamento excessivo
(residência com mais de três moradores por dormitório) foi a
inadequação domiciliar que atingiu o maior número de pessoas,
foram 12,2 milhões (5,9% da população) em 2017.
O ônus excessivo com aluguel
(quando o aluguel supera 30% do rendimento domiciliar) afetou 10,1
milhões de pessoas (4,9%), num contexto em que 17,6% dos imóveis
residenciais são alugados. Essa inadequação foi mais presente no
Distrito Federal (9,1%) e São Paulo (7,1%), as duas unidades da
federação com maior renda média.
Em 2017, 5,4 milhões de pessoas
(2,6% da população) viviam em domicílios sem banheiro de uso
exclusivo. Da população com renda inferior a R$ 406 por mês (US$
5,5 por dia), 28,6% tinham pelo menos uma inadequação domiciliar
(contra 13,0% da população em geral).
Ainda entre as pessoas abaixo dessa
linha de pobreza, 57,6% tinham restrição a pelo menos um serviço
de saneamento (contra 37,6% da população em geral).
Mais de um terço da
população não tem acesso ao serviço de esgoto
Em 2017, mais de um terço (35,9%)
da população tinha restrição de acesso ao serviço de esgotamento
sanitário por rede coletora ou pluvial. O Piauí registrou a maior
proporção da população com essa restrição, 91,7%.
Já a ausência de coleta direta ou
indireta de lixo atingiu 10,0% da população e 15,1% do total de
pessoas não era abastecida por rede geral de água. Uma proporção
de 37,6% residia em domicílios onde faltava ao menos um desses três
serviços de saneamento básico.
Em relação ao abastecimento de
água por rede, a maior restrição foi em Rondônia (54,0%). A maior
restrição à coleta de lixo foi no Maranhão (32,7%).
Ceará e Piauí têm maiores
taxas de acesso à pré-escola
Entre 2016 e 2017, a proporção de
crianças de 0 a 5 anos que estava frequentando escola ou creche
passou de 50,7% a 52,9%. No grupo de crianças de 4 e 5 anos, para
quem a frequência a escola ou creche é obrigatória, esse
percentual passou de 90,2% para 91,7%, insuficiente para atingir a
meta de universalização proposta pelo Plano Nacional de Educação
(PNE). O PNE tinha como prazo, para o grupo de crianças de 4 e 5
anos, o ano de 2016.
Nenhuma das grandes regiões ou
unidades da federação atingiu a meta da universalização. Nordeste
(94,8%) e Sudeste (93,0%) alcançaram taxas acima da média nacional
e o Norte (85,0%) teve o menor índice. Entre as UFs, as maiores
proporções de crianças de 4 e 5 anos frequentando escola ou creche
estavam no Ceará (97,8%) e Piauí (97,6%) e as menores, no Amapá
(72,4%), Amazonas (77,8%) e Acre (79,5%).
A proporção de crianças com 4
anos de idade frequentando escola ou creche no Brasil era de 87,1%.
Na comparação com países da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil fica imediatamente abaixo
da média de 88,0%, ocupando o 27º lugar entre 35 países, à frente
de Chile, Finlândia e Estados Unidos, por exemplo.
Entre as crianças de 0 a 3 anos,
32,7% frequentavam escola ou creche em 2017. Para este grupo etário,
a meta de frequência à escola ou creche é atingir os 50% até o
ano de 2024. Em 2017, a Região Norte teve o menor percentual de
frequência escolar nesse grupo etário, com 16,9%. As maiores taxas
estavam no Sudeste (39,2%) e no Sul (40,0%). Amapá (6,2%), Amazonas
(10,3%) e Acre (18,0%) tiveram os menores percentuais de frequência
escolar. Os maiores foram apresentados por Santa Catarina (46,1%) e
São Paulo (46,0%).
Acesso à escola ou creche é
menor nas áreas rurais
A frequência escolar de crianças
residentes em domicílios rurais era de 43,4%; a das residentes em
domicílios urbanos era de 54,7%, em 2017. As disparidades em função
do critério urbano/rural são ainda mais marcantes entre as crianças
de 0 a 3 anos de idade: para domicílios urbanos a taxa foi de 35,4%
e, para rurais, 18,3%, diferença de 17,1 p.p.
As crianças de 0 a 5 anos
residentes em domicílios cujo nível de instrução do morador mais
escolarizado era o fundamental incompleto ou equivalente foram as que
menos frequentavam escola ou creche em 2017 (46,9%). Com a maior
frequência escolar (62,2%) estavam as crianças em domicílios com,
pelo menos, um morador com ensino superior completo.
Rede pública atende 74,1%
da educação pré-escolar
Em 2017, 74,1% das crianças de 0 a
5 anos frequentavam escola ou creche da rede pública de ensino.
Essa
proporção aumenta à medida que cai a renda domiciliar per capita:
o quinto com renda mais baixa concentra 92,9% de crianças na rede
pública e o da mais alta, 25,1%.
A frequência à escola ou creche na
rede privada prevaleceu entre as crianças de 0 a 5 anos residentes
em domicílios com algum morador com ensino superior, com proporção
de 62,9%. Entre os domicílios em que o morador mais escolarizado tem
superior incompleto, 33,8% das crianças estão na rede privada.
Quando a escolarização mais alta é o fundamental incompleto ou sem
instrução, 96,2% estão na rede pública.
A proporção de matrículas
por cotas triplicou nos últimos 7 anos
De 2009 a 2016 a proporção de
matrículas por cotas no ensino superior público cresceu 3,5 vezes,
passando de 1,5% para 5,2%. Nas instituições privadas, no mesmo
período, a proporção de matrículas com PROUNI subiu 28,1%,
passando de 5,7% para 7,3%. Logo, a rede pública foi a principal
responsável pelo aumento de matrículas que adotaram critérios de
democratização do acesso ao ensino superior previstos na meta 12 do
Plano Nacional de Educação.
Em relação aos cursos de
bacharelado (nível superior) presencial nas instituições públicas,
houve aumento de 809 mil para 1,2 milhão no total de matrículas.
Nas instituições privadas, no mesmo período, as matrículas nesses
cursos subiram de 2,8 milhões para 3,9 milhões.
A proporção de alunos que
frequentavam o bacharelado presencial nas instituições públicas
por meio de cotas quadriplicou de 2009 a 2016, passando de 5,6% para
22,7%, atingindo 270,6 mil matrículas em 2017.
Do total de 2,84 milhões de
matrículas no setor privado em cursos de bacharelado presenciais em
2009, 26,3% contavam com algum tipo de auxílio financeiro, seja por
meio de financiamentos sem contração de dívida por parte do aluno,
seja através de subsídios aos juros. Em 2016, mais da metade
(52,0%) das 3,88 milhões de matrículas no setor privado nesses
cursos se beneficiava de algum tipo de auxílio financeiro.
Taxa de ingresso no ensino
superior da escola privada era 2,2 vezes a da pública
Em 2017, entre a população com
ensino médio completo, apenas 43,2% entraram no ensino superior.
Entre os que concluíram o nível médio na rede pública, 35,9%
ingressaram no ensino superior, contra 79,2% dos que cursaram a rede
privada. Assim, a taxa de ingresso no ensino superior dos alunos
oriundos da escola privada era 2,2 vezes a dos que estudaram na rede
pública.
A desigualdade de acesso ao ensino
superior também se manifesta na análise por cor ou raça. Em 2017,
51,5% dos brancos com ensino médio completo foram para o ensino
superior, enquanto 33,4% dos pretos e pardos nas mesmas condições
tiveram acesso a esse nível. A taxa de ingresso dos brancos
provenientes da rede pública foi de 42,7% e a dos pretos ou pardos
dessa mesma rede, de 29,1%. A taxa de ingresso dos brancos
provenientes do ensino médio privado foi de 81,9% e a dos pretos ou
pardos, de 71,6%.
População ocupada diminui
1,1% nos últimos três anos
Entre 2012 e 2014, o número de
trabalhadores no país aumentou 3,1%, para depois recuar 1,1% nos
três anos seguintes. De 2012 a 2017, as quatro atividades que
perderam trabalhadores foram Agropecuária (-15,9%), Administração
pública (-12,14%), Indústria (-7,9%) e Construção (-6,4%). Já os
Serviços domésticos (0,7%) percorreram uma trajetória inversa:
redução de 2,9% até 2014 e elevação de 3,7% de 2014 a 2017.
De 2012 e a 2017, o rendimento médio
habitual mensal da população ocupada cresceu 2,4%, em termos reais,
passando de R$ 1.992 para R$ 2.039. Administração pública (14,6%),
Agropecuária (11,9%) e Serviços domésticos (9,7%) foram as
atividades que apresentaram maiores crescimentos.
Por outro lado,
Construção (-0,7%), Comércio e reparação (-7,1%) e Demais
serviços (-3,8%) registraram quedas no rendimento médio.
Segundo a posição na ocupação,
os Empregadores possuíam o rendimento médio mensal mais elevado
(R$5.211) e o mais baixo, os Empregados sem carteira de trabalho
assinada (R$1.158), que recebiam o equivalente a 56,8% do rendimento
do Empregado com carteira (R$ 2.038).
Brancos ganhavam 72,5% mais
que pretos ou pardos
Em 2017, os a população ocupada de
cor branca (R$ 2.615) ganhava, em média, 72,5% mais que a preta ou
parda (R$ 1.516) e os homens (R$ 2.261) recebiam 29,7% a mais que as
mulheres (R$ 1.743).
O rendimento-hora dos brancos
superava o dos pretos ou pardos em todos os níveis de escolaridade,
e sendo a maior diferença no nível superior: R$ 31,9 por hora para
os brancos contra R$ 22,3 por hora para pretos ou pardos.
Em 2017, os trabalhadores pretos ou
pardos possuíam maior inserção em atividades com menores
rendimentos médios: Agropecuárias (60,8%), Construção (63,0%) e
Serviços domésticos (65,9%). Já os brancos tinham maior
participação nas atividades de Educação, saúde e serviços
sociais (51,7%).
Os rendimentos médios das pessoas
ocupadas nas Regiões Norte e no Nordeste equivaliam,
respectivamente, a 77,0% e 69,1% da média nacional. Os menores
rendimentos médios eram do Maranhão (R$ 1.170), Piauí (R$ 1.233) e
Alagoas (R$ 1.309), e os maiores, do Distrito Federal (R$ 3.805), São
Paulo (R$ 2.609) e Santa Catarina (R$ 2.259).
Número de desocupados
cresceu 6,2 milhões entre 2014 e 2017
A taxa de desocupação era de 6,9%
em 2014 e subiu para 12,5% em 2017. Esse aumento equivale a 6,2
milhões de pessoas desocupadas a mais entre 2014 e 2017.
Nesse período, a taxa de
desocupação cresceu em todas as regiões: no Norte, passou de 7,5%
para 11,9%; no Nordeste, de 8,5% para 14,7%; no Sudeste, de 7,0% para
13,3%; no Sul, de 4,3% para 8,3% e no Centro-Oeste, de 6,0% para
10,5%.
A desocupação cresceu também em
todos os grupos etários. Entre as pessoas com 14 a 29 anos de idade,
a taxa era de 13,0% em 2014 e aumentou para 22,6% em 2017. Entre as
pessoas com 60 anos ou mais de idade a taxa havia se mantido abaixo
de 2,0% entre 2012 e 2014, mas ultrapassou pela primeira vez os 4,0%
em 2017.
Ao longo de toda a série histórica,
a taxa de desocupação da população preta ou parda foi maior do
que a da população branca, tendo alcançado a maior diferença em
2017 (4,76 p.p.).
Mulheres são minoria entre
os ocupados, mas predominam entre os subocupados
Em 2017, as mulheres representavam
43,4% da população ocupada, mas eram 53,6% da população
subocupada por insuficiência de horas, ou seja, aqueles que
trabalham menos de 40h semanais, e gostariam e estão disponíveis
para trabalhar mais.
Outros grupos estavam em situação
similar: os pretos ou pardos eram 53,2% dos ocupados, mas 65,4% dos
subocupados; os trabalhadores de 14 a 29 anos eram 26,6% dos
ocupados, mas 34,1% dos subocupados e os trabalhadores sem instrução
ou com fundamental incompleto eram 27,6% dos ocupados e 37,7% dos
subocupados.
Em 2017, dois em cada cinco
trabalhadores do país eram informais
Em 2017, o trabalho informal
alcançou 37,3 milhões de pessoas, o que representava 40,8% da
população ocupada (ou dois em cada cinco trabalhadores). Esse
contingente aumentou em 1,2 milhão desde 2014, quando representava
39,1% da população ocupada.
Entre 2015 e 2016, a proporção de
trabalhadores informais permaneceu em torno de 39,0%. Já em 2017, o
emprego formal continuou a cair e o número de postos informais
aumentou. Assim, a proporção de informais subiu para 40,8%, com
destaque para o crescimento das categorias dos empregados sem
carteira assinada 13,0 milhões, em 2014, para 13,5 milhões, em
2017) e trabalhadores por conta própria não contribuintes (de 15,5
milhões, em 2014, para 16,1 milhões, em 2017).
Em 2017, a proporção de
trabalhadores informais era de 59,5% na região Norte e 56,2% no
Nordeste. Já no Sudeste e no Sul, as proporções eram de 33,8% e
29,1%, respectivamente.
Informalidade atinge mais de
2/3 dos Serviços domésticos e da Agropecuária
Em 2017, as atividades com as
maiores proporções de trabalhadores informais eram os Serviços
domésticos (70,1%) e a Agropecuária (68,5%), ou seja, mais de 2/3
do pessoal ocupado em cada atividade. Com exceção da Agropecuária,
a proporção de trabalhadores informais cresceu em todas as outras
atividades, de 2014 a 2017, com destaque para Construção (+4,7
p.p.), Indústria (+4,4 p.p.) e Demais serviços (+4,2 p.p.).
Em 2017, entre as mulheres, as taxas
mais elevadas de informalidade eram nas atividades de Serviços
domésticos (71,2%) e na Agropecuária (75,5%). Já o trabalho
informal masculino predominava na Agropecuária (66,8%) e na
Construção (63,7%).
A participação da população
preta ou parda em trabalhos informais (46,9%) superava a dos
trabalhadores brancos (33,7%). Entre os ocupados sem instrução ou
com ensino fundamental incompleto, a participação dos informais era
de 60,8%, contra 19,9% para aqueles com ensino superior completo.
Fonte: ENVOLVERDE
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