COP23 – O
que o Brasil fez na Alemanha e as propostas para o futuro.
O objetivo desta COP era iniciar o “livro de
regras” para combinar o jogo da implementação do Acordo de Paris, que deverá
ser finalizado na próxima conferência, na Polônia. Dada a característica
técnica da reunião, era esperado que ela terminasse hoje, sexta-feira 17 de
novembro, com um texto pronto para a negociação a partir de 2018. No entanto,
essa não é a realidade. Até a maneira como o diálogo entre os países será feito
não foi consensuada ainda.
Durante toda a COP, o Governo brasileiro
enfrentou fortes críticas sobre sua contradição entre os retrocessos
socioambientais domésticos e sua posição nas negociações, especialmente, sobre
a proposta de incentivar os subsídios aos combustíveis fósseis até 2040, o que
claramente vai na contramão dos esforços para descarbonizar nossa economia e
valorizar as energias renováveis, como os biocombustíveis e a biomassa.
Por outro lado, o Brasil mandou um recado forte,
ao lado de outros países em desenvolvimento, sobre a necessidade de aumentar a
ambição do Acordo de Paris e buscar compromissos pré 2020. Além disso, o
ministro Sarney também anunciou duas importantes notícias para a agenda de
clima floresta e agricultura, durante a conferência, como o RenovaBio e o
Planaveg.
COP25 no Brasil
O Brasil se candidatou para ser o anfitrião da
COP 25, em 2019. Essa é uma oportunidade de reafirmar a liderança do Brasil na
agenda climática e, para isso, precisamos estar preparados para esse momento,
já com a lição feita, mostrando que já estamos alinhados com a economia de
baixo carbono e em estágio avançado da implementação da NDC brasileira.
Doações
A COP foi um momento de anúncios importantes para
o Brasil. As doações dos governos da Alemanha e do Reino Unido de cerca de 100
milhões de euros para projetos de preservação ambiental a Estados da região
amazônica representam os maiores repasses internacionais já recebidos por
estados brasileiros para esta finalidade. Essa é uma indicação de que existe
interesse e apetite internacional para investir em um Brasil sustentável e de
baixo carbono.
RenovaBio
O Programa RenovaBio, encaminha ao Congresso
durante a COP 23, é uma oportunidade única para que o Brasil possa reafirmar
sua liderança global na produção e uso de energias renováveis, como os biocombustíveis.
A partir do controle de emissões, o programa dará ao setor energético
previsibilidade, estabilidade de regras e a clareza do que representam o etanol
e o biodiesel na matriz energética brasileira. Mas, além disso, é preciso
também que o Programa promova a inclusão de novas tecnologias e o estímulo à
produção e consumo de novos biocombustíveis.
Planaveg
A assinatura do Plano Nacional de Recuperação da
Vegetação Nativa (Planaveg) abre caminho para que o Brasil se torne um líder
global em restauração tropical, beneficiando sua biodiversidade, economia,
população e todo o planeta. A execução de um plano eficiente será fundamental
para reduzirmos o custo de adequação ao Código Florestal, bem como darmos
acesso aos produtores rurais a investidores e mercados relacionados com a nova
economia do carbono. Os oito eixos estratégicos de ação (Sensibilização;
Sementes e Mudas; Mercados; Instituições; Mecanismos Financeiros; Extensão
Rural; Planejamento Espacial e Monitoramento; e Pesquisa e Desenvolvimento)
irão motivar, possibilitar e impulsionar a recuperação da vegetação nativa no
país.
Fonte: ENVOLVERDE
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