OIT: Escravidão moderna afeta 40
milhões de pessoas no mundo; trabalho infantil atinge 152 milhões.
ONU
Uma nova pesquisa da Organização Internacional do
Trabalho (OIT) e da Fundação Walk Free, em parceria com a Organização
Internacional para as Migrações (OIM), revela a verdadeira escala da escravidão
moderna em todo o mundo.
Os dados, lançados na terça-feira (19) durante a
Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque, mostram que mais de 40
milhões de pessoas foram vítimas da escravidão moderna em 2016 globalmente.
Além disso, a OIT também lançou uma nova estimativa de que cerca de 152 milhões
de crianças entre 5 e 17 anos foram submetidas ao trabalho infantil no mesmo
ano.
Uma nova pesquisa da Organização
Internacional do Trabalho (OIT) e da Fundação Walk Free, em parceria com a
Organização Internacional para as Migrações (OIM), revela a verdadeira escala
da escravidão moderna em todo o mundo. Os dados, lançados nesta terça-feira
(19) durante a Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque, mostram que
mais de 40 milhões de pessoas foram vítimas da escravidão moderna em 2016
globalmente. Além disso, a OIT também lançou uma nova estimativa de que cerca
de 152 milhões de crianças entre 5 e 17 anos foram submetidas ao trabalho
infantil no mesmo ano.
As novas estimativas mostram que as mulheres e as
meninas são as mais afetadas pela escravidão moderna, chegando a quase 29
milhões ou 71% do total. As mulheres representam 99% das vítimas do trabalho
forçado na indústria comercial do sexo e 84% dos casamentos forçados.
A pesquisa revela que, entre as 40 milhões de
vítimas da escravidão moderna, cerca de 25 milhões foram submetidas a trabalho
forçado e 15 milhões foram forçadas a se casar.
O trabalho infantil continua concentrado
principalmente na agricultura (70,9%). Um em cada cinco trabalhadores infantis
trabalha no setor de serviços (17,1%), enquanto que 11,9% dos trabalhadores
infantis trabalham na indústria.
“A mensagem que a OIT está enviando hoje – junto
com nossos parceiros da Aliança 8.7 –
é muito clara: o mundo não estará em posição de alcançar os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável, a menos que aumentemos de maneira dramática os
nossos esforços para combater esses problemas. Essas novas estimativas globais
podem ajudar a moldar e desenvolver intervenções para prevenir o trabalho
forçado e o trabalho infantil”, disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.
“O fato de que, como sociedade, ainda tenhamos 40
milhões de pessoas na escravidão moderna é uma vergonha para todos nós. Se
considerarmos os resultados dos últimos cinco anos, para os quais coletamos
dados, 89 milhões de pessoas tiveram alguma experiência de escravidão moderna,
por períodos de tempo que variam de alguns dias a cinco anos. Isso fala
diretamente com a discriminação e a desigualdade enraizadas profundamente em
nosso mundo atual, associadas a uma tolerância chocante da exploração. Isso
precisa parar. Todos nós temos um papel a desempenhar na mudança dessa
realidade – empresas, governos, sociedade civil, cada um de nós”, afirmou o
presidente e fundador da Fundação Walk Free, Andrew Forrest.
Sobre os dados
As novas estimativas globais são um esforço
coletivo dos membros da Aliança 8.7, a parceria mundial para acabar com o
trabalho forçado, a escravidão moderna, o tráfico de pessoas e o trabalho
infantil, que reúne parceiros-chave representando governos, organizações das
Nações Unidas, setor privado, organizações de empregadores e trabalhadores e
sociedade civil, a fim de atingir a Meta 8.7 da Agenda 2030 de
Desenvolvimento Sustentável.
Os dados estão publicados em dois relatórios:
– Estimativas Globais da Escravidão Moderna: trabalho forçado e casamento forçado, elaborado em conjunto pela OIT e pela Fundação Walk Free, em parceria com a OIM;
– Estimativas Globais de Trabalho Infantil: resultados e tendências 2012-2016, elaborado pela OIT.
– Estimativas Globais da Escravidão Moderna: trabalho forçado e casamento forçado, elaborado em conjunto pela OIT e pela Fundação Walk Free, em parceria com a OIM;
– Estimativas Globais de Trabalho Infantil: resultados e tendências 2012-2016, elaborado pela OIT.
Os dados estão disponíveis em www.alliance87.org/2017ge.
Notas
Escravidão moderna
Existem cerca de 40 milhões de pessoas presas na
escravidão moderna. Mulheres e meninas são afetadas desproporcionalmente,
chegando a quase 29 milhões ou 71% do total. Uma em cada quatro vítimas da
escravidão moderna são crianças (cerca de 10 milhões). Por volta de 37% (ou 5,7
milhões) das pessoas forçadas a casar eram crianças.
Trabalho forçado
Cerca de 25 milhões de pessoas estavam em
situação de trabalho forçado em qualquer momento em 2016. Fora isso, 16 milhões
de pessoas estavam em situação de exploração de trabalho forçado no setor
privado, como trabalho doméstico, construção e agricultura. Além disso, cerca
de 5 milhões de pessoas estavam em situação de exploração sexual forçada, e
pouco mais de 4 milhões de pessoas (ou 16% do total) estavam em situação de
trabalho forçado imposto por autoridades de governos.
Casamento forçado
Estima-se que 15,4 milhões de pessoas viviam em
casamentos forçados em qualquer momento de 2016. Desse total, 6,5 milhões de
casos ocorreram nos últimos cinco anos (de 2012 a 2016). O restante começou
antes desse período, mas continuou durante ele. Mais de um terço de todas as
vítimas do casamento forçado eram crianças no momento em que se casaram, e
quase todas essas crianças vítimas eram meninas.
Trabalho infantil
Um total de 152 milhões de crianças — 64 milhões
de meninas e 88 milhões de meninos — estão sujeitas ao trabalho infantil,
representando quase uma em cada dez crianças no mundo. O maior número de
crianças de 5 a 17 anos envolvidas em trabalho infantil foi encontrado na
África (72,1 milhões), seguida da Ásia e do Pacífico (62 milhões), das Américas
(10,7 milhões), da Europa e da Ásia Central (5,5 milhões) e dos Estados Árabes
(1,2 milhões).
Aproximadamente um terço das crianças de 5 a 14
anos envolvidas em trabalho infantil estão fora do sistema educacional. Além
disso, entre as crianças que realizam trabalhos perigosos, 38% das que têm de 5
a 14 anos e quase dois terços das que têm de 15 a 17 anos trabalham mais de 43
horas por semana.
Fonte: ONUBR
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