Nível de gelo no Ártico em 2017 é
a oitavo menor da história; Há 16 anos a região não atinge nível acima da média.
Setembro é o mês em que a extensão de gelo no
Ártico atinge seu nível mínimo. © WWF / Sindre Kinnerød.
WWF
Mesmo com metas globais, região ainda sofrerá
aquecimento de 3,5º a 5º C
O mês de setembro é a época em que o Ártico
atinge sua extensão mínima anual de gelo. Os resultados de 2017, que acabam de
ser divulgados e estão bem abaixo da média histórica, são uma oportuna
lembrança de que devemos trabalhar com ainda mais empenho para alcançar o
objetivo de 1,5º C estabelecido por quase 200 países no Acordo de Paris. Os
números do Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo dos EUA (NSIDC) mostram que
o gelo marinho atingiu um mínimo de 4,64 milhões de quilômetros quadrados em 13
de setembro, 1,58 milhões de km2 abaixo da média. Há 16 anos, o Ártico não
registra uma extensão de gelo acima da média de setembro. A marca é a oitava
menor da história.
Em nenhum lugar, os efeitos de um clima de
aquecimento vêm sendo sentidos de forma mais rápida e mais profunda do que no
Ártico. Mesmo que o mundo atenda aos termos do Acordo de Paris, o Ártico ainda
deverá aquecer 3° a 5°C a mais, afetando a rica biodiversidade da região e a
vida daqueles que dependem disso.
O aquecimento adicional é em grande parte devido
a um retorno de resultados. À medida que o aquecimento da água e do ar derretem
o gelo do Ártico, o oceano recém-descoberto absorve ainda mais energia solar. O
oceano exposto também significa mais transporte marítimo no Ártico, acompanhado
de emissões de carbono negro que se instalam no gelo e absorvem ainda mais
calor – uma reação desenfreada que está derretendo o Ártico como o conhecemos.
O líder do programa Ártico do WWF, Alexander
Shestakov, relembrou as declarações feitas em agosto pelo presidente da
Finlândia, Sauli Niinistö, de que se perdermos o Ártico, perdemos o globo:
“Isto é a realidade. As emissões, tanto de gases de efeito estufa quanto de
carbono negro do aumento do transporte marítimo do Ártico, estão criando uma
verdadeira tempestade no Ártico. Exortamos os estados do Ártico e outros a
priorizarem a redução das emissões de carbono negro e a cooperarem ainda mais
na consecução dos objetivos de Paris”.
Para o líder global da prática climática e
energética do WWF, Manuel Pulgar-Vidal, “a tendência contínua de perda de gelo
do mar no Ártico mostra que a comunidade global tem muito trabalho a fazer para
atingir o objetivo de 1,5° C. É fundamental que possamos trabalhar juntos de
forma imediata em soluções já disponíveis para ajudar a reduzir as emissões de
dióxido de carbono, expandindo a implantação de energia renovável, no Ártico e
em todo o mundo”.
Sobre o Acordo de Paris
O Acordo de Paris, aprovado em dezembro de 2015,
compromete quase 200 países a empreenderem todos os esforços para limitar o
aumento da temperatura global a 1,5° C e, assim, evitar alguns dos piores
impactos de um planeta aquecido.
O ano de 2016 foi o mais quente registrado. No
ano passado, a temperatura média global anual subiu para um recorde de 1° C
acima dos níveis pré-industriais. Mesmo que possamos parar as emissões hoje sem
prejudicar a economia global, as temperaturas continuarão aumentando em alguns
décimos de grau nas próximas décadas.
Limitar o aquecimento a um aumento médio de 1,5º
C resultaria em uma redução do aumento do nível do mar, ondas de calor
tropicais mais curtas e potencialmente menos eventos climáticos extremos, como
as devastadoras chuvas e inundações que afetaram recentemente a Índia, Estados
Unidos, Bangladesh e Nepal.
Sobre o mínimo de gelo do mar
O gelo do mar do Ártico geralmente atinge sua
menor extensão anual em setembro.
A extensão mínima em 2017 é a 8ª mais baixa registrada desde que o monitoramento por satélite começou em 1979.
Após uma série de ondas de calor do Ártico no
outono passado, o NSIDC relatou a maior extensão de gelo do mar já registrada
em março.
Fonte: WWF
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