Resíduo industrial é ainda o grande vilão do meio ambiente.
Apesar da constante evolução
tecnológica, a classificação de resíduos ainda é um grande
desafio no mercado industrial brasileiro. De acordo com o engenheiro
ambiental e suporte técnico do Freitag Laboratórios, Richard L.
Vailati, o descarte de forma incorreta dos resíduos industriais é
um dos grandes responsáveis pelas maiores agressões ao meio
ambiente.
Em razão da intensa atividade
industrial, o volume de ‘sobras’ da produção também se torna
expressivo. Mas esse não seria um grande problema se houvesse uma
devida classificação dos resíduos. “Na maioria das vezes, essas
‘sobras’ não são descartadas de maneira adequada, o que traz
consequências desastrosas, não só para o meio ambiente, mas também
para a saúde pública”, explica Richard.
Outro fator importante é que grande
parte da indústria não se atém a algumas exigências técnicas
para que essa classificação seja realizada devidamente. “Há de
se levar em consideração que as pessoas que manipulam de alguma
maneira estes resíduos necessitam de Equipamentos de Proteção
Individual (EPI’s) adequados ao seu grau de periculosidade, sendo
extremamente necessária nestes casos uma avaliação completa”,
afirma.
A classificação dos resíduos pode
ser feita diretamente pelo gerador, através da identificação do
processo produtivo, enquadrando o resíduo nas listagens dos anexos A
ou B da Norma ABNT NBR 10004:2004. Basta um responsável técnico
habilitado pela empresa declarar tal informação em laudo. No
entanto, segundo o especialista do Freitag, o mais recomendado é que
ela seja realizada e monitorada por um laboratório de análises
ambientais, pois sem esse suporte é grande a possibilidade de
ocorrerem falhas, já que ela funciona de forma empírica e é
somente através de uma análise laboratorial detalhada que se pode
determinar com exatidão a composição e, consequentemente, a
classificação de um resíduo.
O que muitas empresas brasileiras
ainda não se deram conta é que destinar essas ‘sobras’ de forma
consciente e eficiente também pode ser uma oportunidade de gerar
mais economia na atividade industrial. Para se ter uma ideia, um
resíduo sem classificação tem um alto custo para ser destinado,
pois não é possível determinar o seu grau de contaminação no
meio ambiente e com isso ele acaba sendo descartado como um resíduo
com alta periculosidade.
É importante ressaltar que as
empresas que transportam esses resíduos também precisam estar
cientes do risco envolvido durante a destinação do mesmo, pois
dependendo de sua classificação, diversas condicionantes devem ser
atendidas, como o porte pelo motorista do curso de Movimentação e
Operação de Produtos Perigosos (MOPP), equipamentos de segurança e
emergência para o caso de vazamento da carga, entre outros.
Além de permitir que melhores
técnicas de tratamento sejam adotadas para que a destinação de
certos resíduos cause o menor impacto ao meio ambiente, evitando
contaminações de cursos d’água, solo e atmosfera, a
classificação ainda possibilita que alguns desses resíduos sejam
usados como subprodutos em processos de incineração,
coprocessamento, uso agrícola, entre outros processos, que podem
contribuir para a minimização ou eliminação do passivo ambiental
da organização. “Isso comprova que um resíduo corretamente
classificado pode ter seu custo de destinação final minimizado
drasticamente”, conclui.
Fonte: ENVOLVERDE
Nenhum comentário:
Postar um comentário