EXCLUSIVO: IPCC muda paradigma, sai do carbono para ingressar no social.
Júlio Ottoboni, jornalista
e editor-chefe da Envolverde
A vice-presidente do Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas, Thelma Krug,
pesquisadora do INPE, fez uma revelação surpreendente que mudará
os rumos das orientações científicas às Nações Unidas na pauta
do aquecimento global. E dada com exclusividade pela Envolverde.
“O IPCC está deixando de ser
carbocêntrico para seguir rumo a questão social. As mudanças
societárias serão imensamente profundas, será tão intensa que
inclusive a questão do consumo passará a ser abordado com mais
enfase, tanto que hoje o IPCC já começa a falar até em mudança de
dieta, a questão da pobreza, da desigualdade passa a ter outro peso
nas avaliações científicas e para as nações”, comenta a
pesquisadora que se apoia nos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável ( ODS) para justificar a guinada.
Isso está longe de sepultar a
questão das emissões, principalmente no segmento da geração de
energia. O setor é atualmente responsável por 35% das emissões e o
setor agrícola e pecuário alcança a casa dos 24% das emissões de
gases do efeito estufa. A questão central está no aquecimento
oceânico. Mesmo que houvesse uma suspensão neste instante das
emissões e todas as medidas mitigadoras passassem a ser aplicados no
planeta, a subida de temperatura nas águas não retrocederia.
Ou
seja, o ponto de não retorno e as reações planetárias já
começaram e um novo cenário climático se vislumbra num horizonte
um tanto turvo e preocupante.
“Será no IPCC uma mudança de
paradigma imensa, deixamos de ser carbocêntricos para ir ao encontro
muito mais do social como a erradicação da pobreza, redução das
desigualdades e o aumento das colaborações das nações”, afirmou
a cientista. A sustentabilidade do planeta e principalmente sua
resiliência das espécies sob essa nova Era, o Antropoceno, colocará
a capacidade adaptativa do homem sob prova. E o próximo relatório,
em 2021, trará um capitulo todo somente sobre como se tornar
sustentável. Enquanto ainda há tempo. Ou melhor, esperança.
Fonte: ENVOLVERDE
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