terça-feira, 19 de junho de 2018


Falta de estudos afeta diagnósticos do IPCC para clima no Brasil.

Júlio Ottoboni é jornalista e editor-chefe da Envolverde

Por falta de pesquisas cientificas, o IPCC não consegue afirmar com precisão quais eventos são naturais ou já de influência antrópica no hemisfério sul do planeta, inclusive em extremos climáticos. O alerta vem da vice-presidente do órgão que assessora as Nações Unidas, Thelma Krug.

Apesar de ter acompanhado a tempestade e a série de tornados que devastaram diversas cidades no Rio Grande do Sul, na semana passada, inclusive com mortos e prejuízos ainda incalculáveis, ela disse que não dá para cravar que foi por causa das mudanças climáticas provocadas pela ação humana. “Mas foi um quadro de extremo climático sem dúvida”, comentou.

As cidades gaúchas tinha uma temperatura a noite, no momento da tempestade, na casa dos 28 graus centígrados. Tornados variando de intensidade entre F3 e F4 varreram fazendas, cidades, estradas deixando um rastro de destruição impressionante. Em menos de 24 horas, nevou e geou em várias regiões, inclusive as atingidas pela onda de calor e tornados.

No entanto, a dirigente do IPCC, órgão científico máximo em mudanças no clima, afirmou que por falta de estudos para essas situações na região se torna impossível se taxativa sobre a situação. Ela, inclusive, pede que as universidades dos países sul americanos se voltem para o problema. Hoje, no Brasil, quase a totalidade dos estudos são direcionados à Amazônia.

Apesar de ficar evidente que exista a potencialização dos fenômenos extremos, com o aumento da frequência e da intensidade, inclusive destas tempestades com tornados e do calor em latitudes médias. “ Isso tem ocorrido em várias regiões do planeta que tinham uma estabilidade climática e estão se transformando rapidamente”, observou a cientista.

Fonte: ENVOLVERDE

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