Rios e igarapés no Pará está contaminados por metais tóxicos de mineradoras.
Pelo menos nove rios e igarapés do
Pará estão com níveis de metais tóxicos acima do permitido, após
vazamento em depósito de rejeitos tóxicos de mineradora em
Barcarena.
A informação consta no segundo
relatório técnico do Instituto Evandro Chagas sobre denúncia de
impactos ambientais e riscos à saúde humana nas atividades de
processamento de bauxita da empresa Hydro Alunorte, divulgado na
última quarta-feira.
O resultado da contaminação é
água imprópria para consumo humano e pesca em diversas áreas
analisadas.
O pesquisador Instituto Evandro
Chagas, Marcelo Oliveira, disse que a contaminação se espalhou por
vários rios. “Tivemos níveis elevados fora da legislação de
cinco a seis elementos químicos, dependendo do ponto onde foi
coletado.”
Segundo o pesquisador, o instituto
já monitorava a qualidade da água na região e o aumento do volume
de metais tóxicos coincide com o lançamento de rejeitos feito pela
Hydro em fevereiro após fortes chuvas na região.
De acordo com o relatório, há
níveis consideráveis de arsênio, chumbo, manganês, zinco,
mercúrio, prata, cádmio, cromo, níquel, cobalto, urânio,
alumínio, ferro e cobre.
Os dados da Instituto Evandro Chagas
mostram que o levantamento de auto monitoramento apresentado pela
empresa, para comprovar o despejo controlado e sem risco, por canais
irregulares, por onde passavam efluentes não tratados, são falhos e
insuficientes.
O médico e pesquisador do Instituo
Evandro Chagas, Marcos Mota, destacou que ainda é preciso investigar
mais sobre os danos provocados a saúde dos moradores das comunidades
atingidas.
“A população, tendo acesso a
grande quantidade dessas substâncias, pode ter efeitos nocivos, como
comprometimento pulmonar e principalmente neurológico”, afirmou o
médico.
O relatório recomenda que a água
potável continue a ser disponibilizada até o final do período de
chuvas à comunidades como Bom Futuro e Jardim dos Cabanos,
abastecidas pelo rio Mucurupi.
O documento também indica que a
água deve ser distribuída também para os municípios de Barcarena
e Abaetetuba nas localidades banhadas por outros rios afetados.
Para o instituto, as águas
superficiais e de consumo humano no entorno do empreendimento da
Hydro devem ser continuamente bio monitoradas pela empresa.
A Hydro informou que ainda não teve
acesso ao conteúdo integral do relatório e que vai analisar o
material antes de se pronunciar. De acordo com a empresa, em abril
serão apresentadas as conclusões de uma análise interna, e outra
independente, para esclarecer todos os fatos relevantes em torno dos
descartes de águas da chuva e águas superficiais da área da
refinaria de alumina.
Fonte: EBC
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