Mineradora Anglo American paralisa atividades por novo vazamento em MG.
A Mineradora Anglo American informou
hoje (30) que voltou a paralisar as atividades ontem (29), após
registrar nesta quinta-feira um novo vazamento, 17 dias depois de um
primeiro caso que levou à poluição de um manancial em Minas
Gerais.
A paralisação durará um mês,
enquanto a empresa realiza testes de segurança no mineroduto do
Minas-Rio, que percorre 529 quilômetros entre Conceição do Mato
Dentro (MG) e o porto do Açu, em São João da Barra (RJ).
“A decisão foi tomada em função
do vazamento ocorrido ontem no mineroduto da empresa, em ponto 400
metros à frente do anterior, na Estação de Bombas 2, em Santo
Antônio do Grama (MG). O evento durou entre cinco e oito minutos.
Não houve feridos”, explica o presidente da empresa, Ruben
Fernandes, em nota divulgada pela Anglo American.
A empresa não chegou a retomar a
capacidade total de operação, desde o reinício das atividades, na
noite de terça-feira (27). “O segundo incidente muda o plano de
inspeção, que agora passa a ser muito mais minucioso”, diz
Fernandes no comunicado.
Em paralelo à decisão da empresa,
a Anglo American também foi notificada pelo Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama),
solicitando a paralisação das atividades até novo laudo técnico
do órgão.
O segundo vazamento levou cerca de
174 toneladas de polpa de minério, composta por 30% de água e 70%
de minério ao ribeirão Santo Antônio do Grama. Segundo a empresa,
o material não é considerado perigoso pela Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT). No primeiro vazamento, tinham sido
despejadas 300 toneladas de minério.
Dessa vez, no entanto, o
abastecimento do município de Santo Antônio do Grama (MG), com
população de aproximadamente 4,2 mil pessoas, não foi afetado, uma
vez que a ocorrência de 17 dias atrás levou a mineradora a instalar
uma adutora para captação no Córrego do Salgado.
Com a operação paralisada, a
empresa dará férias coletivas a parte dos empregados da operação,
especialmente os da mina e da planta de beneficiamento, em Conceição
do Mato Dentro. “A decisão está sendo conversada com os órgãos
competentes e negociada com o Sindicato. Todas as equipes e
equipamentos responsáveis por garantir a integridade das operações
permanecerão trabalhando”, diz Fernandes em nota.
Em decorrência do primeiro
rompimento, a Secretaria de Meio-Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável de Minas Gerais (Semad) deu à mineradora um prazo até
o dia 31 de março para recolher o minério que vazou e sedimentou na
calha e nas margens do Ribeirão Antônio do Grama.
Como parte das ações, a empresa
informou que foram colocados 36 barramentos no córrego Santo Antônio
do Grama e uma equipe de mais de 200 pessoas continua a retirar a
polpa de minério da calha do rio e de suas margens.
Fonte EBC
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