Ferramenta é criada para adaptar políticas públicas às mudanças climáticas.
Um total de 1.020 municípios dos
estados do Amazonas, Maranhão, Pernambuco, Espírito Santo, Mato
Grosso do Sul e Paraná dispõem a partir de agora de uma ferramenta
capaz de orientar políticas públicas voltadas a adaptações à
mudança do clima. O Sistema de Vulnerabilidade Climática
(SisVuClima) possibilita saber a exposição ambiental, a
sensibilidade, fatores externos, doenças e condições demográficas,
além da capacidade adaptativa dos municípios.
A proposta é dar condições de
planejamento de ações a médio e longo prazos para reduzir os
impactos da mudança do clima e aumentar a capacidade de adaptação
da população ao cenário.
A iniciativa é resultado de uma
parceria entre o Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria
de Mudança do Clima e Florestas, e a Vice-Presidência de Ambiente,
Atenção e Promoção à Saúde da Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz/Ministério da Saúde), financiada pelo Fundo Nacional sobre
Mudança do Clima.
“As populações mais pobres e
necessitadas tendem a sofrer mais e de forma mais imediata os
impactos da mudança do clima. Assim, o nosso primeiro passo é
oferecer informações aos gestores. Mas temos uma longa caminhada
até incluir a mudança do clima como um tema transversal a todas às
políticas públicas, e o desafio de articular os mais de 5 mil
municípios brasileiros em torno dele”, afirmou o secretário de
Mudança do Clima e Florestas do MMA, Everton Lucero.
De acordo com o secretário, o
processo de mudança do clima é irreversível e tende a se acentuar.
“Por isso ressalto a importância que o MMA atribui ao tema. Os
resultados do estudo apresentado hoje têm potencial de colocar o
Brasil em situação de liderança e vanguarda na agenda
multilateral”, disse.
O Ministério do Meio Ambiente
defende que a mudança do clima precisa ser vista de forma integrada,
tendo em vista a erradicação da pobreza, a qualidade de vida e a
geração de oportunidades de trabalho. “Para que o Brasil consiga
cumprir com compromissos internacionais como a Agenda 2030, proposta
pela ONU, e o Acordo de Paris”.
Para o coordenador do projeto,
Ulisses Confalonieri, o trabalho gerou uma metodologia básica. “Com
o uso, pode ser mudado, aperfeiçoado ou até simplificado. O desafio
era fazer uma ferramenta o mais genérico possível, de modo a poder
ser usada tanto no Norte quanto no Sul do país, regiões muito
diferentes”, explicou Confalonieri, que é pesquisador da Fiocruz.
Um destaque dos resultados, de
acordo com ele, é a deficiência da estrutura municipal, presente na
maioria das cidades. “A gente analisou qual é o evento extremo
esperado em cada município e como a região está estruturada para
lidar com ele. Com essas informações, o gestor terá um instrumento
para nortear suas ações e um critério quantitativo para dar
prioridade às estratégias de atuação”.
Fonte: ENVOLVERDE
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