Risco de
nova guerra na República Democrática do Congo.
Por Tharanga Yakupitiyage, da IPS
Nações Unidas – Os corpos dois funcionários das
Nações Unidas e sua equipe de trabalho que estavam atuando na República
Democrática do Congo foram encontrados duas semanas depois de serem dados como
desaparecidos. Ao todo, além dos funcionários da ONU estavam um interprete e
três motoristas. As Nações Unidas e organizações de direitos humanos estão
pressionando para que as autoridades do país investiguem e cheguem aos autores
dos crimes.
Os mortos são o norte-americano Michael Sharp e a
sueca-chilena Zaida Catalán, além de seu interprete congolês Betu Tshintela. Os
motoristas ainda não foram identificados. Os dois funcionários da ONU eram
encarregados de informar o Conselho de Segurança da organização sobre o
conflito que se desenrola na região, o tráfico de armas, as violações de
direitos humanos e os crimes contra a humanidade que são cometidos naquele
país. O desaparecimento da missão foi comunicado em 12 de março.
Zaida Catalán e Michael Sharp , funcionários das
Nações Unidas assassinados em missão na República Democrática do Congo (RDA).
O secretário geral da ONU, Antônio Guterres,
declarou que está “profundamente chocado” com os acontecimentos. Ele declarou
que Michael e Zaida morreram buscando conhecer a realidade da República
Democrática do Congo e ajudar a estabelecer um processo de paz na região.
A RDC tem problemas de segurança desde 1994, quando
aconteceu o genocídio de Ruanda e milhares de refugiados chegaram ao país. Esse
foi o contexto de um dos mais letais conflitos da África, com quase com quase
cinco milhões de mortes. A paz foi declarada em 2003, no entanto nos últimos
meses começaram a acontecer novos combates e atos de violência étnica.
Segundo a organização de direitos humanos Human
Rights Watch, com sede em Nova York, o conflito está reascendendo principalmente
porque o presidente Joseph Kabila resolveu se manter no poder após dezembro de
2016, quando terminou seu mandato. Desde então as forças de segurança estão
reprimindo a oposição e já teriam matado cerca de 50 pessoas e detido centenas.
Há registros de combates em diversas regiões do
país com a participação de grupos rebeldes e as forças do governo. Essas forças
supostamente oficiais estão sendo acusadas de uso excessivo da força, inclusive
contra manifestações pacíficas.
A representante dos Estados Unidos na ONU, Nikki
Haley acusou o governo da RDC como corrupto e que mantém seu próprio povo como
refém.
Tradução: Dal Marcondes
Fonte: ENVOLVERDE
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