Investimentos dos países em
saneamento não estão sendo suficientes, alerta relatório da OMS.
De acordo
com relatório publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em nome da ONU
Água, os países aumentaram seus orçamentos para água, saneamento e higiene a
uma taxa média anual de 4,9% nos últimos três anos. Contudo, 80% deles admitem
que o financiamento para o setor ainda é insuficiente para cumprir os objetivos
definidos nacionalmente para esses serviços.
Falta de saneamento básico é um dos fatores para a
propagação de doenças, como o cólera, no Haiti. Foto: PNUMA
Os países não estão aumentando os gastos com
rapidez suficiente para atender às metas dos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS) relacionadas à água e ao saneamento, aponta um novo relatório
publicado pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) em nome do UN-Water (ONU Água), mecanismo formado
por agências das Nações Unidas para assuntos relacionados à água e questões de
saneamento.
“Hoje, quase 2 bilhões de pessoas usam fontes de
água potável contaminada com fezes, isso as coloca em risco de contrair cólera,
disenteria, febre tifoide e poliomielite”, afirmou Maria Neira, diretora do
Departamento de Saúde Pública, Determinantes Ambientais e Sociais da Saúde da
OMS.
“Estima-se que a água potável contaminada cause
mais de 500 mil mortes por diarreia a cada ano e esse seja um fator importante
em várias doenças tropicais negligenciadas, incluindo vermes intestinais,
esquistossomose e tracoma”, acrescentou.
O relatório salienta que os países não cumprirão as
aspirações globais de acesso universal à água potável e ao saneamento, a menos
que sejam tomadas medidas para utilizar os recursos financeiros de forma mais
eficiente e aumentar os esforços para identificar novas fontes de
financiamento.
De acordo com o relatório “UN-Water Global Analysis
and Assessment of Sanitation and Drinking-Water (GLAAS) 2017”, os países
aumentaram seus orçamentos para água, saneamento e higiene a uma taxa média
anual de 4,9% nos últimos três anos. Contudo, 80% deles admitem que o
financiamento para água, saneamento e higiene (WASH) ainda seja insuficiente
para cumprir os objetivos definidos nacionalmente para esses serviços.
Em muitos países em desenvolvimento, os atuais
objetivos de cobertura nacional têm como base a obtenção de acesso a
infraestruturas básicas continuamente seguras e confiáveis. Os investimentos
planejados ainda não levaram em conta as metas dos ODS, muito mais ambiciosas,
que visam ao acesso universal a serviços de água e saneamento seguros para
2030.
Para atingir os objetivos globais, o Banco Mundial
estima que os investimentos em infraestrutura devem triplicar para 114 bilhões
de dólares por ano – um valor que não inclui custos operacionais e de
manutenção.
Embora o déficit de financiamento seja amplo, 147
países já demonstraram a capacidade de mobilizar os recursos necessários para
cumprir o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio de reduzir pela metade a
proporção de pessoas sem uma melhor fonte de água e 95 atingiram o objetivo
correspondente de saneamento.
Os ODS, muito mais ambiciosos, exigirão esforços
coletivos, coordenados e inovadores para mobilizar níveis ainda mais elevados
de financiamento de todas as fontes: impostos, tarifas (pagamentos e
mão-de-obra das famílias) e transferências de doadores.
“Este é um desafio que temos a capacidade de
resolver”, afirma Guy Ryder, presidente do UN-Water e diretor-geral da
Organização Internacional do Trabalho (OIT). “O aumento dos investimentos em
água e saneamento pode produzir benefícios substanciais para a saúde humana e o
desenvolvimento, gerar empregos e garantir que não deixemos ninguém para trás”.
Fonte: ONU
Brasil
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