Vacina de
febre amarela é feita com vírus vivo atenuado e pode causar complicações.
O assessor científico sênior de Instituto de
Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-manguinhos)/Fiocruz, Akira Homma, grávidas
só devem se vacinar contra a febre amarela se estiverem em uma zona endêmica,
de alta circulação de vírus, e se houver recomendação médica, já que a vacina é
feita com vírus vivo atenuado e pode atingir o feto.
Crianças menores de 9 meses também não devem ser
vacinadas, assim como idosos.
Entre 9 meses e 2 anos, será aplicada a dose
integral, bem em pessoas que viajarão para países que exigem a certificação
internacional da vacina.
A imunização também não é recomendada para
pessoas com doenças que comprometem o sistema imunológico, como aids, em tratamento
quimioterápico, com doença hematológica ou que foi submetida a transplante de
células-tronco.
O Laboratório de Bio-Manguinhos é o único
produtor de vacina da febre amarela da América Latina e um dos quatro no mundo
qualificados pela OMS. No ano passado, a produção na unidade foi de 64 milhões
de doses, a pedido do Ministério da Saúde. Em anos normais, são feitas de 15 a
20 milhões de doses. Pare este ano, o ministério já solicitou cerca de 50
milhões de doses, segundo Homma.
O coordenador de Vigilância em Saúde e
Laboratórios de Referência da Fiocruz, Rivaldo Venâncio, explica que todos os
casos registrados no Brasil atualmente são do ciclo silvestre da doença, quando
o vírus circula na natureza, entre mosquitos que vivem nas copas das árvores,
dos gêneros Sabethes e, principalmente, Haemagogus.
“Nas áreas de mata, o mosquito transita o vírus
com primatas não humanos. Acidentalmente o homem pode ser infectado quanto
adentra esses ciclos e é picado por um mosquito desses que normalmente se
alimenta desses macacos. O que vemos hoje no Brasil é esse ciclo silvestre, são
pessoas que acidentalmente são infectadas porque adentraram no ciclo
silvestre”.
Segundo Rivaldo Venâncio, por causa da
proximidade de algumas cidades com regiões de Mata Atlântica, com zonas de
floresta, há risco de reintrodução do vírus da febre amarela em áreas urbanas.
O especialista explica que os macacos não transmitem a doença e que são aliados
na detecção da circulação do vírus porque servem de alerta.
“Os macacos que adoecem infectados pelo vírus da
febre amarela servem como uma sirene para os epidemiologistas e autoridades
sanitárias saberem que naquela região está circulando o vírus. Os macacos são
nossos amigos, eles, diretamente, não infectam o ser humano em hipótese alguma.
No ciclo urbano também, o humano não transmite diretamente para outro, é
necessário o mosquito transmissor”.
Na febre amarela urbana, sem registros no Brasil
até então desde 1942, os infectados são os humanos e os vetores são os
mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. No
mundo, o registro mais recente de grande número de casos de febre amarela
urbana ocorreu em Angola, em 2016, quando morreram mais de 350 pessoas.
Fonte: ENVOLVERDE
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