Serras gaúcha e de Santa Catarina
e o noroeste da Amazônia têm maior estoque de carbono no solo.
Cânion do Itaimbezinho, em Aparados da Serra,
RS. Foto: TV Brasil.
Um mapa digital, produzido pela Embrapa Solos,
mostra quanto os solos brasileiros estocam de carbono. Sediada no Rio de
Janeiro, a unidade calculou a quantidade de carbono em uma profundidade de 0-30
centímetros nos solos do país. De acordo com o levantamento, o estoque é de
aproximadamente 36 bilhões de toneladas de carbono.
Por meio do mapa, foi constatado que as maiores
manchas de acúmulo de carbono acumulado estão nas serras gaúcha e de Santa
Catarina e no noroeste da Amazônia.
O pesquisador da Embrapa Solos, Gustavo Vasques,
explica que as regiões de alta altitude, como nas serras do Sul, a tendência de
o carbono acumular ocorre porque o solo degrada mais devagar devido ao frio.
Vasques informou que o estoque de carbono no solo
é essencial para redução das emissões de gases de efeito estufa, mitigação do
aquecimento global e fertilidade das terras.
De acordo com ele, em áreas agricultáveis, a alta
quantidade de carbono é um bom sinal porque os solos no Brasil são
intemperizados e retêm pouco nutriente. “Um pouco de carbono que coloca no solo
já dá um bom aporte para acumular nutrientes para as plantas”, disse.
Com dados de 1958 a 2010, o mapa reúne
informações sobre qualidade do solo, chuvas, vegetação e temperatura média do
ar. Os dados servem para subsidiar políticas públicas sobre planejamento
territorial, por exemplo, o governo tem elementos para identificar onde podem
ser colocadas áreas agrícolas com maior possibilidade de produtividade.
“É olhar onde estão manchas de carbono, onde você
tem solos que pode preservar, onde teria que botar políticas para melhorar o
carbono do solo. É como se fosse um indicador de fertilidade do solo, de
qualidade em geral, tanto para a agricultura, como para sustentar serviços
ambientais e outros usos”, disse o pesquisador.
O mapa tem resolução espacial aproximada de um
quilômetro.
A Embrapa Solos trabalhou durante quatro anos na
elaboração do mapa, junto com a Organização das Nações Unidas para Agricultura
e Alimentação (FAO), por meio da Aliança Mundial pelo Solo, da qual o Brasil
faz parte.
Antes do texto final, três versões preliminares
foram elaboradas pela Embrapa Solos em parceria com a Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). O documento brasileiro faz parte do mapa
global de carbono orgânico do solo divulgado na sede da FAO, em Roma, no início
do mês.
Vasques acrescentou que a ideia é ampliar o
levantamento, com dados a respeito do teor de argila e de areia e PH do solo.
Fonte: Agência Brasil
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