Brasil
tem condições de reduzir até 48% das emissões até 2050.
O dado é do estudo “Trajetórias de mitigação e
instrumentos de políticas públicas para o alcance das metas brasileiras no
Acordo de Paris”, uma das publicações que será lançada
nesta quarta-feira ( 24 de janeiro), pela ONU Meio Ambiente e Ministério da
Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), em Brasília. O evento
marca a conclusão de um projeto de cinco anos tocado pelas duas instituições,
que procurou identificar as opções de redução de emissões de gases de efeito
estufa no país, assim como seus impactos na economia nacional.
A mudança do clima é um dos maiores desafios do
nosso tempo, gerando impactos ambientais que vão desde enchentes e grandes
secas a desequilíbrios da biodiversidade e consequências graves para a saúde
humana. Nos últimos anos, o assunto tem reunido governos, empresas, terceiro
setor e academia na busca de soluções para evitar o aquecimento do planeta e,
ao mesmo tempo, combater futuras mudanças e se adaptar àquelas já
irreversíveis.
Nesse contexto, o Brasil desenvolve uma série de
ações a nível nacional, entre elas o projeto “Opções de Mitigação de Emissões
de Gases de Efeito Estufa em Setores-Chave do Brasil”, que analisou de que
forma os principais setores nacionais como indústria, energia, transportes,
domicílio, serviços, agricultura, florestas, gestão de resíduos, entre outros,
podem ser peças fundamentais para o alcance das metas do Acordo de Paris no
Brasil.
Com informações para viabilizar uma economia de
baixo carbono no país, a pesquisa e suas publicações têm o objetivo de auxiliar
atores centrais do governo brasileiro na tomada de decisão ao estimar os
potenciais e os custos de abatimento das emissões. Denise Hamú, representante
da ONU Meio Ambiente, destacou: “O projeto é inovador. Diminui a distância
entre governo, setor privado e academia, trazendo mais homogeneidade nos dados
e informações sobre o tema no país, além de ser uma oportunidade ímpar para
engajar os representantes dos ministérios em discussões especializadas e assim
contribuir diretamente na formulação de políticas públicas sobre mudanças do
clima”.
Os documentos trazem subsídios para apoiar o
governo no desenvolvimento de uma estratégia de implementação da Contribuição
Nacionalmente Determinada (NDC), no âmbito do Acordo de Paris, e apontam o
papel que cada setor econômico pode desempenhar para garantir o cumprimento das
metas de emissões até 2030. A análise mostra, por exemplo, que serão
necessários investimentos anuais de R$2,2 bilhões a R$15,4 bilhões para mitigar
as emissões nacionais e que, assim, seria possível reduzir quase 50% das
emissões até 2050.
Para o Dr. Márcio Rojas, Coordenador-Geral do Clima
no MCTIC: “O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações cumpre
de forma exemplar sua atribuição de oferecer à sociedade brasileira nada menos
do que o estado da arte em conhecimento científico, tornando real a
possibilidade de desempenhar uma reflexão genuinamente qualificada e de
formular políticas baseadas em evidência”, declarou.
Fonte: ENVOLVERDE
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