Secretário
da ONU alerta sobre crescimento do antissemitismo e neonazismo.
Em visita à sinagoga de Park East, em Nova
Iorque, o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou que
o antissemitismo e o neonazismo são problemas concretos e crescentes
no mundo contemporâneo. Dirigente máximo do organismo internacional defendeu
que “precismos nos unir contra a normalização do ódio”.
“Temos de rejeitar os que não conseguem
compreender que, conforme as sociedades se tornam multiétnicas,
multirreligiosas e multiculturais, a diversidade tem de ser vista como uma
fonte de riqueza e não, de ameaça”, afirmou o chefe das Nações Unidas em
pronunciamento. “Quase 80 anos após a queda do regime nazista, seus símbolos,
mentalidades e linguagem ainda estão muito presentes entre nós.”
Guterres lembrou o avanço real do neonazismo,
citando as atividades do grupo extremista Combat 18 e marchas
realizadas no ano passado em apoio a ideais fascistas.
Uma mobilização da extrema-direita reuniu 60 mil
pessoas na Europa. Alguns dos participantes carregavam cartazes com os dizeres
“Europa Branca” e “Sangue Puro”. Também no continente, lideranças teriam
questionado o consenso já estabelecido sobre a participação de seus países na
deportação e perseguição de judeus.
“Em campi de universidades, esforços de
recrutamento de simpatizantes nazistas dos supremacistas brancos estão em alta.
Na internet, o ecossistema online dos brancos nacionalistas é espantosamente
maior do que o de qualquer outro grupo extremista. A apenas algumas horas de
carro da capital dos Estados Unidos, vimos manifestantes louvando Hitler e
entoando (o slogan) ‘Sangue e Solo’”, afirmou Guterres, lembrando o acontecido
em Charlottesville.
Segundo a Liga Anti-difamação, ocorrências de
antissemitismo nos Estados Unidos aumentaram 67% em 2017 e 30% no Reino Unido.
O secretário-geral alertou ainda que tais grupos
tentam às vezes defender falsamente “que não têm problemas com judeus”. Em vez
disso, dizem que “seu alvo é o outro grupo, a outra religião, a outra minoria”.
Contudo, frisou Guterres, uma vez que os valores da humanidade são abandonados,
“todos estão em risco”.
Em 2018, o tema do Dia Internacional em Memória
das Vítimas do Holocausto, observado em 27 de janeiro, destaca a importância da
educação sobre a história.
“Líderes de todas as partes devem fazer mais.
Palavras importam. O que líderes dizem importa. O exemplo que as autoridades
públicas dão, de prefeitos a ministros e chefes de Estado, importa.
Conforme
disse o rabino Schneier, todos nós temos uma responsabilidade em agir contra a
indiferença”, completou o chefe da ONU.
Fonte: ENVOLVERDE
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