Projetos protegem 3,9 milhões de hectares de florestas em Mato Grosso, Rondônia e Amazonas.
Iniciativas apoiadas pelo
Programa Petrobras Socioambiental também já recuperaram 1.700
hectares de áreas degradadas.
No dia Internacional das Florestas,
cinco projetos apoiados pelo Programa Petrobras Socioambiental na
Amazônia comemoram a proteção de mais de 3,9 milhões de hectares
de florestas e a recuperação de 1.700 hectares de áreas
degradadas. As iniciativas acontecem em terras indígenas, reservas
extrativistas e propriedades de agricultura familiar no Amazonas,
Mato Grosso e em Rondônia.
Os projetos envolvem atividades de
assistência técnica para indígenas, extrativistas, pequenos
produtores rurais, produção de mudas, educação ambiental e acesso
a mercados. Com o trabalho, mais de 6,5 mil pessoas são beneficiadas
pelos projetos, cujo apoio vai desde a oferta de cursos de formação
até a compra de equipamentos e construção de infraestrutura de
apoio à produção.
Em Mato Grosso, a
Associação Pacto das Águas ajuda extrativistas da Reserva Guariba
Roosevelt e indígenas Rikbaktsa das terras Escondido e Japuíra com
a melhora na qualidade da produção de castanha e borracha e com
apoio no acesso a mercado. São mais de 800 pessoas envolvidas
diretamente e 485 mil hectares de florestas que são protegidas
gerando renda para as comunidades.
Só no ano passado, a
comercialização de 80 toneladas de castanha e 11 toneladas de
borracha nativa de alta qualidade gerou um faturamento de R$ 50 mil
para as três comunidades. “Isso é um resultado incrível para as
comunidades. Antes do projeto, a maioria dos extrativistas nem
recebia pela venda dos produtos, acabava trocando por mercadorias.
Com o projeto, as comunidades ganham mais autonomia”, comemora
Emerson de Oliveira, coordenador do projeto que leva o mesmo nome,
Pacto das Águas.
Na mesma região, o projeto Poço de
Carbono Juruena, desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento
Rural de Juruena – Aderjur, oferece alternativas sustentáveis de
renda aos agricultores familiares e povos indígenas, incentivando o
extrativismo de castanha-do-brasil e babaçu, além do uso de
sistemas agroflorestais.
No Poço de Carbono, os agricultores
têm diversas opções de cultivos e uma renda garantida e melhor
distribuída ao longo do ano. Além do benefício econômico, os
sistemas agroflorestais “imitam” o comportamento da floresta,
armazenando carbono e ajudando a mitigar os efeitos das mudanças
climáticas.
“Nós temos uma forte experiência
com a castanha-do-brasil, em que 300 famílias de agricultores e
indígenas produziram, somente na última safra, 200 toneladas de
castanha e produtos derivados e geraram uma renda de 2,5 milhões de
reais”, explica Paulo Nunes, coordenador do projeto. Isso
representa apoio a proteção de quase 1,6 milhão de hectares. Além
disso, outros 100 hectares de áreas degradadas estão sendo
recuperados pelo projeto.
Em Rondônia, dois
projetos incentivam a recuperação de áreas degradadas.
Desenvolvido pela CES Rioterra desde 2010, o projeto Semeando
Sustentabilidade já recuperou 350 hectares de Áreas de Preservação
Permanente (APP), atendendo a mais de mil agricultores familiares em
17 municípios.
Além disso, o projeto também distribuiu mais de 1
milhão de mudas de diversas espécies, o suficiente para recuperar
mais de 900 hectares de áreas degradadas. Pelos cálculos do CES
Rioterra, o plantio dessas árvores resulta em mais de 52,3 milhões
de toneladas de gases de efeito estufa como o dióxido de carbono
(CO2) removido da atmosfera. “Com todo o nosso trabalho de educação
e esclarecimento os agricultores já começam a perceber o retorno
dos serviços ambientais que melhoram a sua produção, ou seja,
agora ele entende a importância de se adequar para além da
legislação, mas principalmente quanto ao meio ambiente por meio da
regeneração do solo e da floresta”, reforça Fabiana Barbosa,
gerente Geotecnologia e Pesquisa da CES Rioterra.
Outros 350 hectares de Áreas de
Preservação Permanente (APP’s) e Sistemas Produtivos Sustentáveis
em oito municípios da zona da mata rondoniense e centro sul do
estado de Rondônia, foram e estão sendo recuperados pelo projeto
Viveiro Cidadão, realizado pela Ecoporé, desde 2013. A iniciativa
atua com mais de 600 proprietários rurais, entre agricultores
familiares, mulheres do campo e jovens agricultores, onde já
distribuiu de mais de 1 milhão de mudas de diversas espécies
frutíferas e florestais.
As mudas e apoio técnico do projeto
têm mudado a vida das comunidades. “Eu tenho duas áreas que quero
utilizar com apoio do projeto, uma em que eu vou plantar agrofloresta
e outra que quero recuperar utilizando espécies apícolas. Se não
fosse o Viveiro Cidadão e os técnicos me incentivando nada disso
poderia se tornar realidade”, conta a jovem Ana Lúcia Cardoso
Martins, de 18 anos, filha de agricultores familiares de Pimenta
Bueno.
No Amazonas, o
projeto Raízes do Purus apoia quatro povos indígenas de seis terras
indígenas na bacia hidrográfica dos Médios rio Purus e Juruá.
Juntos, estes territórios protegem uma área de 2,3 milhões de
hectares de floresta, da qual cerca de duas mil pessoas tiram seu
sustento sem desmatamento, associando o trabalho com as cadeias de
valor da sociobiodiversidade a ações de vigilância e proteção
territorial. As atividades são coordenadas pela Operação Amazônia
Nativa (Opan) e incluem apoio ao manejo sustentável do pirarucu e
dos sistemas agroflorestais.
O povo Paumari, por exemplo, tem o
manejo de pirarucu como sua principal atividade econômica.
Em 2018,
com apoio do projeto, conseguiram comercializar 30 toneladas do
peixe. Já o povo Deni realizou sua segunda pesca manejada de
pirarucu e conseguiu comercializar 70 peixes em parceria com as
comunidades extrativistas da região. “Não gabando a gente mesmo,
mas o nosso peixe é da melhor qualidade”, diz o coordenador do
manejo Francisco Paumari.
Agroflorestas também fazem parte
das atividades incentivadas com os recursos da Petrobras. É o caso
do povo Apurinã, que está ampliando suas unidades de sistemas
agroflorestais na Terra Indígena Caititu. O quarto povo apoiado pelo
projeto da Opan, o Jamamadi, vem trabalhando pela melhoria da
qualidade da farinha de mandioca. O foco é produção para consumo
próprio, mas eles trabalham com a com possibilidade de
comercialização do excedente.
Fatos e dados
Geral
- 2,7 milhões de hectares de floresta protegidos em três estados
- Mais de 4 mil pessoas envolvidas
- 600 hectares de áreas degradadas em recuperação
- 2 milhões de mudas plantadas
Mato Grosso
- 2mil hectares de floresta protegidos
- Povo indígena beneficiado: Rikbaktsas das Terras Indígenas Escondido e Japuíra
- Extrativistas da Reserva Extrativista Estadual Guariba Roosevelt
- Municípios abrangidos: Aripuanã, Colniza, Cotriguaçu, Juara, Juruena e Rondolândia
Rondônia
- 600 hectares recuperados
- 2 milhões de mudas plantadas
- 25 Municípios abrangidos: (CES Rioterra + Ecoporé)
Amazonas
- 2,3 milhões hectares de floresta protegidos
- Povos indígenas envolvidos: Deni, Jamamadi, Paumari e Apurinã
- Terras Indígenas: TI Paumari do Lago Cuniuá, TI Paumari do Lago Paricá, TI Paumari do Lago Manissuã, TI Jarawara/Jamamadi/Kanamanti, TI Caititu e TI Deni.
- Municípios abrangidos: Carauari, Itamarati, Lábrea, Tapauá.
Fonte: ENVOLVERDE
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