Mobilidade urbana em transformação.
Por Leno Silva
Passei ao lado de um ponto de taxi,
aqueles lugares reservados aos profissionais que se dedicam ao
serviço de levar e trazer pessoas, e que nos anos 1990/2000 pagavam
ao poder público para ter direito às vagas marcadas e limitadas, as
quais, normalmente, ficavam em frente a edifícios comerciais, ou em
ruas de grande fluxo.
Havia apenas um taxista no ponto, e
ele aproveitava a inexistência de passageiros para cochilar.
Imediatamente pensei quantos motoristas de aplicativos estavam
circulando pela cidade no mesmo instante. Embora a transformação
desse segmento seja realidade, muitos aguardam tranquilamente,
parados, a chegada dos clientes.
Ainda não sabemos quais mudanças
enfrentaremos nos próximos anos no que diz respeito às formas de
locomoção nas cidades. Hoje, além dos transportes públicos
conhecidos: ônibus, Metrô, Trem, VLT; os privados táxis,
bicicletas, automóveis e motos privadas; aplicativos para carros,
bikes e patins, e os sistemas de locação de veículos por diária e
por hora, outras novidades surgirão para democratizar mais as
escolhas de mobilidade, sem deixar de considerar que entre distâncias
curtas e médias, andar a pé torna-se cada vez mais comum.
Nesse festival de alternativas,
todos ganham. Na maior cidade do país embora, no início da novidade
alguns conflitos ocorreram, a convivência entre os taxistas e os
motoristas de aplicativos está pacificada porque existem clientes
para todos, e os equipamentos oferecidos nas malhas administradas
pela prefeitura e pelo governo do Estado, exceto nos horários de
pico, atendem razoavelmente bem as demandas dos usuários.
Entre os prestadores de serviços
dos pontos fixos de táxis demarcados no asfalto e os milhares de
motoristas de aplicativos prontos para atender aos clientes no mais
variados bairros da cidade, os paulistanos estão aprendendo a
circular mais pela cidade, e a fazer usos mesclados das distintas
opções de mobilidade, ou não, dependendo da pressa, da importância
do compromisso, do recurso disponível e das condições
metereológicas.
No verão, por exemplo, quando São
Pedro resolve mandar calor, chuva e vento ao mesmo tempo, o sistema
inteiro de mobilidade entra em pânico e o caos se instala na
metrópole. Aí, o jeito é ter paciência e sabedoria para lidar com
as imprevisíveis forças da natureza e as suas consequências
passageiras mas, às vezes, inesquecíveis. Por aqui, fico. Até a
próxima.
Fonte: ENVOLVERDE
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