Agrotóxicos e outras substâncias químicas nocivas matam 193 mil pessoas no mundo por ano, diz ONU.
Número foi divulgado pela
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em reunião em Brasília
sobre o uso de pesticidas. Agência regional defendeu abordagem
integrada entre setores da saúde, agricultura e meio ambiente, a fim
de enfrentar o problema da exposição e intoxicação por
substâncias químicas nocivas.
ONU
Dispersão de pesticidas em plantação em Adana, na Turquia.
Foto: Wikimedia (CC)/Zeynel Cebeci.
Cerca de 193 mil pessoas no mundo
perdem a vida todos os anos por exposição a substâncias químicas
nocivas, afirmou na terça-feira (11) o representante da Organização
Pan-Americana da Saúde (OPAS)
no Brasil, Joaquín Molina. Dirigente participou em Brasília de uma
reunião sobre o uso de agrotóxicos. Encontro teve a participação
de outras agências das Nações Unidas e também de instituições
nacionais de regulação.
Segundo o especialista da OPAS, é
fundamental a atuação conjunta dos setores da saúde, agricultura e
meio ambiente no processo de regulamentação dos pesticidas. “Cada
um (cada setor) contribuindo para que tenhamos ao mesmo tempo uma
população saudável, a preservação dos recursos naturais e a
eficiência da produção”, explicou Molina.
“Nesse sentido, o Brasil é
referência internacional porque tem uma legislação sobre o tema
baseada nesses três pilares. E isso é fundamental para o alcance
dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável, com os quais o Brasil e outros 192
países se comprometeram. Principalmente, aqueles que propõem a
gestão racional de produtos químicos.”
De acordo com o representante do
organismo da ONU, combater a exposição e a intoxicação das
pessoas por agrotóxicos, por meio de alimentos ou ambientes
contaminados, permitiria reduzir os casos de doença cardíaca
isquêmica e acidentes vasculares cerebrais. Juntas, as duas
complicações de saúde são as principais causas de morte no mundo.
Outra medida deve ser a proteção de trabalhadores que correm risco
de terem contato com produtos químicos prejudiciais ao organismo.
Molina ressaltou ainda o papel
central da academia na regulação dos agrotóxicos. “São
necessários novos estudos para que tenhamos cada vez mais e melhores
dados e evidências para subsidiar a tomada de decisões e ajudar no
desenvolvimento de novas tecnologias”, completou.
A líder da equipe de segurança
química da sede da Organização Mundial da Saúde (OMS), Carolyn
Vickers, apresentou o Chemicals Roadmap – um roteiro
de ações concretas para temas em que o setor da saúde tem
liderança ou importante papel de apoio. A analista enfatizou a
necessidade de cooperação multissetorial.
“O Chemicals Roadmap fornece
uma abordagem estruturada para avaliar as lacunas e identificar ações
para acelerar o progresso na gestão segura de produtos químicos. É
organizado em quatro áreas de atuação: redução de riscos;
conhecimento e evidências científicas; capacidade institucional;
liderança e coordenação”, explicou Vickers.
Entre outros participantes da
reunião, estavam o representante da Organização das Nações
Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil, Alan
Bojanic, a representante da ONU Meio Ambiente no Brasil, Denise Hamú,
o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA), Fernando Mendes Garcia Neto, e a presidente do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA), Suely Mara.
Também estiveram presentes
autoridades e profissionais do Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, da Associação Nacional de Defesa Vegetal (ANDEF),
do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA),
da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), da
Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento
Agrário (SEAD), da Delegação da União Europeia e do Departamento
de Agroquímicos e Biológicos da Argentina.
Fonte: ONU
Brasil
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