“Suicídio é grave problema de saúde pública e sua prevenção deve ser prioridade”, afirma OPAS/OMS.
15
de maio de 2018 – A prevenção do suicídio é mais uma
vez tema de oficina realizada no escritório da Organização
Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no
Brasil entre esta terça (15) e sexta-feira (18). O evento é
promovido em parceira com o Ministério da Saúde brasileiro e conta
com a participação de especialistas, pesquisadores e acadêmicos,
entre outros profissionais.
A cada 40 segundos, uma pessoa se
suicida no mundo. Com base nesse e outros dados, Katia de Pinho
Campos, coordenadora da Unidade de Determinantes da Saúde, Doenças
Crônicas Não Transmissíveis e Saúde Mental da OPAS/OMS no Brasil,
pontuou que o suicídio é um grave problema de saúde pública e que
sua prevenção é uma prioridade para a OPAS/OMS. “Coibir essas
mortes evitáveis é tarefa de todos nós. São 800 mil suicídios
por ano, dos quais 65 mil acontecem aqui na região das Américas”,
disse.
Katia afirmou que a terceira
oficina sobre prevenção ao suicídio é um importante momento de
integração entre o Ministério da Saúde, as Secretarias Estaduais
e Municipais de Saúde e a OPAS/OMS. Reafirmou ainda que o trabalho
interinstitucional constitui mais um passo em direção ao
cumprimento do plano nacional e dos planos locais de prevenção do
suicídio. “É preciso agir de forma multisetorial para evitar
essas mortes. Mas não conseguiremos fazer isso sem informações de
qualidade. Há uma significativa subnotificação no mundo. E isso
ocorre por dois motivos. Primeiro, pela insuficiente capacidade dos
sistemas de registro dos países de baixa e média renda. E, segundo,
pelo estigma e criminalização, que levam as pessoas a manterem em
segredo seus pensamentos suicidas e as famílias a esconderem quando
ele de fato ocorre.”
Segundo
Daniel Elia, consultor em saúde mental, álcool e outras drogas da
OPAS/OMS no Brasil, para estabelecer programas de prevenção ao
suicídio eficazes é necessário identificar os métodos mais
utilizados para consumá-lo e dificultar seu acesso indiscriminado à
população. O profissional citou também algumas das recomendações
do organismo internacional para a prevenção do suicídio, entre
elas, uma cobertura responsável desses eventos por parte da
imprensa. “A difusão responsável de informações pelos meios de
comunicação é importante. De uma maneira geral, eles não devem
‘glamourizar’ o suicídio, nem contar os pormenores do que
ocorreu”, informou.
De acordo com estudos realizados em
diversos países, esse tipo de cobertura midiática pode gerar um
efeito de contágio. A OMS tem identificado a atuação da mídia em
relação aos suicídios como uma área estratégica para ajudar a
prevenir tais atos. A OPAS realizou no ano passado um seminário
virtual sobre as melhores práticas para noticiar suicídios, com
o intuito de promover uma cobertura responsável.
O suicídio passa a ser cada vez
mais, tanto para a OMS quanto para outros órgãos internacionais, um
índice de qualidade de vida. Elia lembra que, pela primeira vez, a
saúde mental está contemplada nos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável, especificamente na meta 3.4: “até 2030, reduzir em
um terço a mortalidade prematura por doenças crônicas não
transmissíveis via prevenção e tratamento, e promover a saúde
mental e o bem-estar”. “O suicídio é um indicador de mortes
evitáveis e isso mostra o comprometimento dos países em trabalhar
cada vez mais esse tema”, pontuou o consultor.
Um dos pontos
reiterados por ele é a importância da participação da comunidade
na identificação das situações de risco de suicídio – hoje,
uma importante estratégia de prevenção.
Fonte: Organização
Mundial de Saúde
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