Biocarvão usado como fertilizante na agricultura ajuda o meio ambiente.
Uma pesquisa realizada na Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP revelou como
realizar mitigação de impactos ambientais, como a emissão de gases
de efeito estufa, e recuperar águas residuárias ocasionadas pela
elevada concentração de fósforo, entre outras aplicações,
utilizando biochar (biocarvão), que é caracterizado como um produto
de pirólise (queima) com material orgânico.
No estudo, os biochars foram
compostos com dejeto de galinha e palha de cana-de-açúcar,
transformando um material que antes se caracterizava como problema
ambiental em solução para questões como a crescente emissão de
gases de efeito estufa. Sarah Vieira Novais, responsável pelo
projeto, lembra que “a agricultura é justamente um dos grandes
contribuintes para este impacto”.
Os benefícios de se pirolisar tais
materiais orgânicos são mais bem vistos no solo arenoso, sendo a
produção de biocarvão, a partir dos resíduos, uma forma
ambientalmente segura de deposição desses materiais. Sarah destaca
que “ambos os biochars não teriam capacidade de adsorção
[retenção] do fósforo sem passar por modificação química”.
Para conferir tal propriedade ao biocarvão, permitindo seus
diferentes usos, foi realizado um processo denominado dopagem,
utilizando magnésio ou alumínio.
Dessa forma, a aplicação dos
biochairs em águas eutrofizadas ou residuárias se mostrou viável,
não só em razão da adsorção de fósforo, mas também de sulfatos
e, em menor proporção, nitratos e cloretos.
Assim, os biochars de dejeto de
galinha e palha de cana-de-açúcar se mostram excelentes para a
recuperação de águas e posterior reúso na agricultura, celebra a
pesquisadora. “Com os resultados positivos, constatamos o potencial
do biochar como mitigador de gases de efeito estufa, recuperador de
águas e um potencial fertilizante de liberação lenta no reúso de
fósforo”, resume ela.
A tese de Sarah Vieira Novais,
vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Solos e Nutrição de
Plantas da Esalq, sob orientação do professor Carlos Eduardo
Pellegrino Cerri, foi defendida em janeiro deste ano.
Fonte: ENVOLVERDE
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