Baleia Jubarte procria nas águas da costa do Espírito Santo.
Um diagnóstico apresentado pelo
projeto Amigos da Jubarte traz informações curiosas e muito
animadoras sobre o comportamento das baleias na costa capixaba. O
trabalho, realizado em 2017 com a Vale entre os parceiros, engloba
dados gerais sobre as atividades realizadas pelo projeto em
expedições de pesquisa e de avistamento turístico, em que foram
identificados filhotes que nasceram em águas capixabas durante a
temporada da espécie na costa do Espírito Santo.
Na temporada de 2017, as equipes de
pesquisa e demais parceiros do projeto puderam acompanhar os
primeiros dias de vida dos novos filhotes capixabas no Oceano
Atlântico e tiveram a oportunidade de presenciar, nos mares do
Espírito Santo, o seu desenvolvimento, o treinamento com as suas
mães e comportamentos diversos, como saltos e batidas das
nadadeiras. Eles estavam sempre mais próximos à costa do que os
indivíduos registrados no início da temporada, o que é um
comportamento comum das fêmeas com filhotes. “Geralmente, grupos
de baleias adultas e sub adulta utilizam as águas mais profundas”,
explica Paulo Rodrigues, coordenador de pesquisas do Projeto Amigos
da Jubarte. O projeto Amigos da Jubarte é uma colaboração entre os
institutos O Canal, Últimos Refúgios, Ecomaris e Baleia Jubarte.
“A gestação das Jubarte dura
aproximadamente 11 meses. Os filhotes nascem com cerca de uma
tonelada de peso e medindo em torno de quatro metros de comprimento.
Após o nascimento, eles passam até dez meses se alimentando de 100
litros de leite por dia. Trata-se de um alimento bastante rico, que
contém até 70% de gordura e que garante energia suficiente para os
meses de migração que os filhotes têm de enfrentar”, relata
Rodrigues.
No primeiro ano de execução do
Jubarte.Lab, a plataforma científica do projeto Amigos da Jubarte,
também foi possível verificar a preparação desses pequenos
gigantes para a sua jornada inaugural, que consiste na migração por
mais de 4 mil quilômetros até as águas Antárticas. “É lá que
as baleias Jubarte se alimentam, garantindo uma espessa camada de
gordura e reserva energética para a produção de leite para os seus
filhotes. A cada ano elas retornarão para casa, no litoral
brasileiro, quando será possível encontrá-las novamente,
acompanhadas de seus bebês, já mais crescidos e com algumas
toneladas a mais”, explica o coordenador do Amigos da Jubarte,
Thiago Ferrari. Esses registros ocorreram durante as expedições
realizadas na região da Grande Vitória e que oportunizaram a
aproximadamente 620 pessoas a experiência de participar de uma
expedição para avistamento de baleias pela primeira vez na capital
capixaba.
De acordo com o diagnóstico
realizado pelo Projeto Amigos da Jubarte, as baleias permanecem nas
águas brasileiras por aproximadamente sete meses durante o período
reprodutivo, para o nascimento dos filhotes, amamentação, primeiros
ensinamentos e acasalamento. Ficam concentradas principalmente na
região do Banco dos Abrolhos, localizado entre o Espírito Santo e a
Bahia, permanecendo por meses sem se alimentar, com exceção dos
filhotes.
Após a temporada nas águas quentes
e calmas, principalmente do Sudeste e Nordeste do país, a população
de baleias Jubarte brasileira migra para as proximidades das Ilhas
Sandwich, próximo da Antártida, nas águas austrais, onde realiza o
seu ciclo de alimentação. Depois de alimentadas, e fugindo do clima
severo, as Jubarte retomam, a partir de maio, uma jornada de
aproximadamente 4 mil quilômetros, retornando às águas brasileiras
e se aproximam da plataforma continental do Atlântico Sul,
principalmente a partir dos estados do Sudeste.
Estudos históricos e os novos
métodos de estimativa populacional empregados pelo Instituto Baleia
Jubarte demonstram que nos últimos anos houve uma taxa de
crescimento de 10% ao ano da população da Jubarte brasileira, o que
significa uma média de 2 mil filhotes nascendo anualmente.
Estima-se
que a população total de jubartes na costa brasileira é de 20 mil
indivíduos atualmente.
Fonte: ENVOLVERDE
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