Estudo internacional inédito aponta risco de perda de 82% dos campos rupestres no país.
Áreas
abrigam mais de 5000 espécies de plantas e um dos níveis mais altos
de endemismo no mundo Imagem: Ricardo Solar.
Um estudo desenvolvido em
colaboração entre pesquisadores da Unesp Rio Claro, Standford
University (dos EUA) e Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG),
alerta para mudanças no uso do solo que podem levar à perda de 82%
desses ecossistema no futuro, prejudicando o acesso à água e a
segurança alimentar em escala regional.
Os campos rupestres são complexos
vegetacionais antigos, datando de milhares de anos e megadiversos,
que abrigam mais de 5000 espécies de plantas e um dos níveis mais
altos de endemismo no mundo.
Este ecossistema ímpar ocorre em
solos pobres em nutrientes e sob condições ambientais extremas, em
geral nas montanhas de quartzo e ferro de Minas Gerais e Bahia. Até
pouco tempo atrás, os campos rupestres foram poupados das principais
intervenções humanas de agricultura e pecuária intensiva. No
entanto, recentemente, estas áreas têm experimentado uma das mais
extremas mudanças no uso da terra entre todos os ecossistemas
brasileiros, sofrendo com políticas precárias que levam a intensas
atividades de mineração, turismo descontrolado e construção de
estradas mal planejadas.
A descoberta de grandes reservas
minerais, a adoção de políticas de conservação ineficazes e
mudanças climáticas em curso estão ameaçando esse ecossistema.
O artigo, co-autorado por
pesquisadores da UFMG, Unesp de Rio Claro e Stanford University
(EUA), lançam luz sobre as ameaças severas impostas pelas mudanças
no uso da terra sobre os campos rupestres, modelando sua distribuição
futura sob diferentes cenários de mudanças climáticas.
O estudo inédito faz uma previsão
catastrófica que, se não for interrompida, levará à perda de 82%
desse ecossistema no futuro, impactando os serviços ecossistêmicos
em escalas regionais, incluindo água e segurança alimentar,
potencialmente afetando mais de 50 milhões de pessoas no Brasil.
Link para o artigo original (PDF):
Fonte: EcoDebate
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