Ministro do Meio Ambiente diz que há ‘consenso’ para Brasil permanecer no Acordo de Paris.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo
Salles, disse ontem (14) que há um consenso no governo para que o
Brasil permaneça no Acordo
de Paris, que estabelece metas entre os signatários
para redução da emissão de gases causadores do efeito estufa.
Durante a campanha e depois de
eleito, o presidente Jair Bolsonaro criticou por diversas vezes o
acordo e sinalizou que o Brasil poderia abandoná-lo.
Ministro do Meio Ambiente,
Ricardo Salles. Foto de Valter Campanato/Agência Brasil
ABr
Salles disse que, “por ora”, o
Brasil permanece comprometido com a agenda. Entretanto, segundo o
ministro, a implementação ocorrerá de forma a evitar prejuízos
aos empresários brasileiros. “Há pontos importantes no acordo que
a gente quer valorizar, como aqueles que podem trazer recursos
financeiros para o país”, disse após participar de um almoço
promovido pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP).
Segundo o ministro, há pontos mais
sensíveis que dizem respeito a transformação de princípios,
valores ou ideias na legislação nacional. “Restrição a
gerenciamento do território, políticas públicas, nós vamos olhar
com muito cuidado, porque o Brasil tem autonomia, como todo país, e
deve conseguir tomar conta do território de acordo com seus
interesses e prioridades”, disse.
Parques nacionais
Salles disse ainda que pretende
acelerar a concessão dos parques nacionais para a iniciativa
privada.
“Quanto mais concedidos estiverem os parques, melhores
eles estarão: para a sua conservação, para o turismo, para a
população brasileira. Então, nós vamos acelerar bastante a
concessão dos parques nacionais para exploração pela iniciativa
privada, feitas todas as garantias para que haja preservação
ambiental”.
Segundo o ministro, até o momento
não foi estabelecido um cronograma de trabalho para fazer as
concessões. Salles disse, no entanto, que tem como modelo o Parque
Nacional do Iguaçu, no Paraná.
Desburocratização
O ministro defendeu também a
desburocratização dos processos de licenciamento ambiental. De
acordo com ele, o ministério deverá ajudar a subsidiar as
discussões sobre a Lei Geral do Licenciamento, em tramitação no
Congresso Nacional.
“Quando você tem o licenciamento
mais objetivo, mas específico nos pontos sensíveis, você está
preservando e cuidando mais do meio ambiente. Hoje, se perde muito
tempo, de maneira geral em temas que não são a maior preocupação
do licenciamento e, aquilo que era realmente o mais importante, acaba
sendo tratado, se não em segundo plano, em pé de igualdade com
questões mais simples”, disse.
Fonte: EcoDebate
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