Os
efeitos da extinção da megafauna.
Docente do Instituto
de Biociências da Unesp de Rio Claro, Mauro Galetti lidera um grupo de
pesquisadores do Brasil, Dinamarca, Espanha, Suíçaa, EUA, África do Sul e
Austrália, que aponta os impactos da extinção da megafauna em todo o planeta. A
publicação acaba de sair da revista Biological Reviews. Os autores compilaram
informações sobre quais as consequências da extinção extinção de mamutes,
preguiças-gigantes, tigres-dente-de-sabres entre outros nas interações
ecológicas.
Interações tróficas e indiretas entre a megafauna
e seu ambiente, aqui exemplificado pelo elefante (Loxodonta africana) africano,
e outros dois animais de megafauna já extintos: a preguiça gigante (Megatherium
americanum) da América do Sul e o marsupial gigante Diprotodon optatum da
Austrália.
Todos os anos diversos grupos de pesquisa tentam
solucionar quais fatores levaram a megafauna a extinção? – Bom, achamos que
seria mais interessante perguntar, “Quais as consequências da extinção da
megafauna?” comenta Galetti.
Neste trabalho os pesquisadores focaram como a
extinção da megafauna afetou parasitas, predadores, ecossistemas e outros
processos ecológicos. – Se você fosse um parasita dentro de uma
preguiça-gigante, você teve duas alterantivas antes da extinção da preguiça, ou
você buscou outro hospedeiro, e muitas vezes foi o próprio homem, ou você se
extinguiu junto com a preguiça, complementa Galetti.
Com a extinção de mais de 177 espécies de
megafauna da América do Sul, muitas interações e espécies associadas a
megafauna foram extintas. Um exemplo é uma espécies de morcegos-vampiro-gigante
que provavelmente foram extintas depois da extinção da megafauna. – Sem esses
gigantes para chupar o sangue, o vampiro-gigante deve ter morrido de fome, diz
Galetti. O trabalho aponta que muitos parasitas que tem o homem, cachorro e
gado como hospedeiro provavelmente evoluíram em grandes mamíferos. A berne e a
bicheira por exemplo, devem ter “saltado” da megafauna para os homens e seus
animais domésticos.
O trabalho de Galetti e colaboradores tem grandes
implicações para a atual onda de extinção que nosso planeta passa, a chamada
Sexta Extinção.
Este estudo também incluiu: Marcos Moléon, Pedro
Jordano, Mathias M. Pires, Paulo R. Guimarães Jr., Thomas Pape, Elizabeth
Nichols, Dennis Hansen, Jens M. Olesen, Michael Munk, Jacqueline S. de Mattos,
Andreas H. Schweiger, Norman Owen-Smith, Christopher N. Johnson, Robert J.
Marquis and Jens-Christian Svenning.
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Fonte: ENVOLVERDE
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