Mas afinal de contas, o que é
sustentabilidade?
por
Liliane Bortoluci*
Não há dúvidas de que “sustentabilidade” é um dos
termos mais utilizados atualmente, em grande parte dos ambientes corporativos
pelos quais transitamos. Mas, em um momento em que a palavra tornou-se veículo
para todo tipo de propaganda, não fará mal a ninguém resgatar seu significado
original.
Essa ideia surgiu em 1987, no chamado Relatório
Brudtland, documento elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento. Ele define que o desenvolvimento sustentável é aquele que
“satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações
futuras de suprir suas próprias necessidades”. Sabemos que o modo de produção e
consumo que se alastrou ao longo do século XX mostrou-se incapaz de se manter,
ao passo que o planeta tornou-se, em 2007, um ambiente majoritariamente urbano.
No Brasil, mais de 80% da população está nas cidades, mas essa migração feita
de maneira desorganizada oferece espaços inadequados para os moradores e
promove destruição de vegetações, mananciais, matas nativas e outras riquezas
naturais.
Para fazer diferente, a criação de novas técnicas e
práticas de construção e habitação deve ocorrer através da inovação, que só
pode ser obtida a partir de novas experiências, intercâmbios de conhecimento e
comunicação entre os profissionais empenhados em construir uma nova realidade.
Se estamos no caminho certo, também é certo que as cidades tradicionais ainda
consomem cerca de 40% dos recursos naturais extraídos e 50% da produção de
energia. Também produzem cerca de 50% de todos os resíduos sólidos e são
responsáveis por até 75% das emissões de gás carbono em todo o mundo, segundo o
guia Sustentabilidade na Arquitetura da AsBEA – Associação Brasileira dos
Escritórios de Arquitetura, uma das apoiadoras da Expo Arquitetura Sustentável.
Se sabemos de tudo isso há tanto tempo, o que
mudou? A diferença é que agora, serão escolhidos os profissionais capazes de
oferecer em seus trabalhos ideias conectadas a esse novo paradigma. A
sustentabilidade, agora, também provou-se garantia de retorno de investimento.
Esses profissionais devem, portanto, buscar qualificação e conhecimento para
fazer melhor e diferente, quebrando antigas regras e oferecendo novas
possibilidades de estilo de vida, comutação e consumo. E não é exagero dizer
que são os urbanistas, engenheiros, arquitetos e designers – entre outros – que
definirão como viveremos daqui em diante para que as futuras gerações possam desfrutar
de um mundo ainda munido de vegetação, de terra fértil, de água e de energia
limpa. Nossa missão é manter o suporte para que eles possam trabalhar.
* Liliane Bortoluci é diretora da Expo
Arquitetura Sustentável, promovida pela Reed Exhibitions Alcantara Machado,
formada em engenharia pela Fundação Armando Álvares Penteado.
Fonte: ENVOLVERDE
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