Brasil precisa de quase R$ 1
trilhão para modernizar transportes, diz estudo.
A Confederação Nacional dos Transportes (CNT)
lançou na última sexta-feira (22) a 5ª edição do Plano CNT de Transporte e
Logística, que propõe 2.045 projetos considerados prioritários para melhorar a
infraestrutura brasileira de transportes, ao custo de R$ 987 bilhões.
O estudo, que já está disponível no site da
entidade, será encaminhado formalmente, na próxima semana, à Presidência da
República, Congresso Nacional, governos estaduais e municipais, bem como
ministérios envolvidos com o setor. O objetivo é ajudar os governos a
identificar as áreas prioritárias para formulação de projetos. Para o diretor
executivo da CNT, Bruno Batista, a infraestrutura atual não atende as
necessidades do país. “Não temos quantitativo nem qualitativo. Grande parte da
infraestrutura está obsoleta e, mais grave ainda, está saturada, não atende
mais à demanda”.
No aspecto rodoviário, o estudo propõe a
implantação de BRT (Bus Rapid Transit), de VLT (veículo leve sobre trilho),
monotrilhos, metrôs e trens urbanos em 18 regiões metropolitanas. A CNT também
cita a necessidade de ampliação de rodovias. Apenas no eixo Norte-Sul, que liga
as cidades de Belém (PA) a Uruguaiana (RS), foram calculados investimentos de
mais de R$ 27 bilhões na duplicação de 2.922 quilômetros de rodovias. O
documento revela ainda que 89,9% das rodovias federais pavimentadas são de
pista simples e mão dupla.
Além disso, propõe expansão de hidrovias,
dragagem em portos, construção de 23,8 mil quilômetros de ferrovias, construção
e ampliação de aeroportos, construção e adequações de terminais de cargas. A
construção de terminais multimodais também foi lembrada no estudo. São
terminais que funcionam como elo entre diferentes formas de transporte, onde
uma carga possa ser transferida de um tipo transporte para outro.
Para atingir um nível considerado adequado de
infraestrutura no setor, o plano da CNT prevê investimentos da iniciativa
privada, aliados a investimentos públicos. “A retomada dos investimentos
públicos em infraestruturas de transporte, em anos recentes, apesar de
assinalável, não tem sido suficiente para ajustar a oferta de transporte às
demandas existentes e previstas”, diz o estudo.
Para Batista, o governo não conseguirá fazer os
investimentos necessários sem a participação da iniciativa privada, e reforça
que o total de investimentos necessários tende a aumentar. “O número de
projetos e o valor de investimentos não vão diminuir, uma vez que as demandas
por transportes tendem a crescer. A retomada do crescimento só é possível com
investimento em logística e transporte. Esse é um problema nacional, não é só
do setor transportador”, acrescentou.
* Edição: Stênio
Ribeiro.
Fonte: Agência
Brasil
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