Agricultura familiar e povos
originários, fundamentais para a adaptação às mudanças climáticas, afirma ONU.
Representantes de governos da
América Latina e o Caribe se reuniram no Chile para discutir temas relacionados
à agricultura familiar, agrobiodiversidade e mudança climática.
“É preciso reconhecer os conhecimentos
tradicionais acumulados pelos agricultores familiares e os povos originários e
nutrir-se deles para adaptar-se às mudanças climáticas”, sugeriram os especialistas presentes na inauguração do V
Seminário Regional Agricultura e Mudança Climática, nesta quarta-feira (22) em
Santiago, Chile.
Com o tema “Agrobiodiversidade, agricultura
familiar e mudança climática”, o evento reuniu funcionários de ministérios de
Agricultura e Planificação da região, bem como representantes de organismos de
inovação agrícola e especialistas internacionais. O Seminário é uma iniciativa
da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e a Organização das
Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO), com a colaboração da
Cooperação Francesa e o patrocínio de IICA e Oxfam Grã Bretanha.
Em sua intervenção, Raul Benítez, representante
regional da FAO afirmou que a América Latina e o Caribe devem comemorar que 16
dos 33 países alcançaram o primeiro objetivo do milênio, reduzindo pela metade
a porcentagem de pessoas com fome entre 1990 e 2015. No entanto, os desafios
nesta área ainda persistem, entre eles o aumento de produção de alimentos, a
redução de desperdícios e perdas e a proteção do meio ambiente.
“Podemos ser a última geração de latinos e
caribenhos a conviver com a fome”, disse, aconselhando a promoção de políticas
públicas adequadas para encarar as mudanças climáticas e dotar de recursos os
agricultores familiares para alcançar essa meta. Neste sentido, ele lembrou que
a agricultura familiar representa 80% dos produtores da região e gera 50% do
emprego rural.
A secretária executiva da CEPAL, Alice Bárcena,
afirmou que as mudanças climáticas já estão impactando o ciclo da água, solos e
zonas costeiras na América Latina e o Caribe e medidas urgentes devem ser
tomadas. Bárcena também ressaltou que o seminário representava uma oportunidade
para pensar na agricultura familiar não só como produtora de alimentos mas
também como protetora da agrobiodiversidade.
Fonte: ONU
Brasil
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