Governo
brasileiro é o grande patrocinador do uso indiscriminado de pesticidas.
Os pesticidas estão florescendo em terreno
econômico fértil, o Brasil. Isso graças aos grandes subsídios do governo e aos
baixos impostos concedidos às empresas que os fabricam, os custos
insignificantes para o registro nacional de ingredientes químicos ativos e a
supervisão do uso de pesticidas praticamente inexistente.
Estes e outros incentivos – além do crescimento
explosivo do agronegócio – levaram o Brasil a obter um recorde duvidoso em
2008, quando se tornou o maior consumidor de pesticidas do mundo, de acordo com
um estudo do Grupo Kleffmann encomendado pela ANDEF, representando fabricantes
brasileiros de pesticidas.
Um fato curioso, a resposta negativa da sociedade
brasileira ao estudo levou a ANDEF negar suas próprias descobertas.
De acordo com o IBAMA, as vendas de ingredientes
ativos de pesticidas químicos cresceram em 313 % entre 2000 e 2014, passando de
162.461 toneladas para 508.566 toneladas. São Paulo, Mato Grosso e Paraná
tornaram-se os principais centros comerciais durante esse período. Mas ao mesmo
tempo, também houve crescimento exponencial entre os pequenos consumidores de
pesticidas, como o Amazonas, o Amapá e o Acre, que aumentaram a demanda em
1,941%, 942% e 500%, respectivamente, nas vendas por tonelada entre 2005 e 2012
nesses nestes estados amazônicos.
O alto uso de pesticidas no Brasil tem potenciais
consequências para a saúde humana e o meio ambiente. Por exemplo, um dos
herbicidas mais consumidos no país é o glifosato mundialmente controverso da
Monsanto, que tem sido associado a inúmeros problemas de saúde, e um dos
ingredientes inerentes provoca a morte celular.
A opinião técnica solicitada pelo Ministério
Público Federal e publicada em maio de 2015 foi feita pelos pesquisadores
brasileiros Sonia Hess e Rubens Nodari, após terem realizado uma “extensa
revisão da literatura científica internacional” em relação ao glifosato. Entre
as suas conclusões, o herbicida tem um efeito endócrino que agride as células
do fígado e, na concentração de partes por trilhão (ppt), induz a proliferação
de células humanas ao câncer de mama.
Mesmo assim, a regulação do glifosato continua
relaxada no Brasil, onde o herbicida é permitido na aplicação em até 500
miligramas por litro. A União Européia (UE) limita a quantidade máxima de
glifosato a 0.1 miligramas por litro, ou 5.000 vezes menos. Da mesma forma, com
pulverização de soja, o Brasil permite um resídual de glifosato 200 vezes
maior; 10 miligramas por quilograma de resíduos são tidos como aceitáveis,
contra 0,05 miligramas por quilograma na UE.
Fonte: ENVOLVERDE
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