Qualidade ruim do rio Paraopeba.
A
Fundação SOS Mata Atlântica iniciou expedição, dia 31 de
janeiro, que irá percorrer 356km do rio Paraopeba, de Brumadinho à
Hidroelétrica Retiro Baixo e o reservatório de Três Marias, em
Felixlândia (MG). O objetivo da ação é avaliar os impactos
ambientais no rio após o rompimento da barragem Córrego do Feijão,
da Vale.
No
primeiro dia da viagem o resultado foi negativo e a chuva também
atrapalhou o acesso aos locais de análise. Os dois pontos
monitorados pela equipe estavam com qualidade de água ruim. Essa
região está localizada no marco zero do deslizamento da barragem,
entre o Córrego do Feijão e o município de Mário Campos. A
primeira amostragem foi realizada 100 m antes da área afetada pela
lama, porém o resultado já mostrava ser negativo. Já no município
de Mário Campos o cenário foi ainda mais desolador. “Neste local
sequer foi possível analisar outros indicadores a não ser a
oxigenação da água, que chegou a zero e a turbidez, que estava
quase 100 vezes o indicado pela legislação para água de rios e
mananciais. O rio mais parecia um tijolo líquido“, afirma Malu
Ribeiro, especialista em Água da Fundação SOS Mata Atlântica.
A equipe
de água da organização, em parceria com o laboratório de Poluição
Hídrica da Universidade de São Caetano do Sul, conta com apoio da
Ypê e da Policontrol, empresa de fornecimento de equipamentos de
alta precisão. A turbidez da água é avaliada pela quantidade de
partícula sólida em suspensão, o que impede a passagem da luz e a
fotossíntese, causando a morte da vida aquática. No local, a
turbidez chegou a quase 10 mil NTU – o ideal, segundo a legislação
para água doce superficial, é de até 100. NTU é a sigla em inglês
para a unidade matemática Nefelométrica de Turbidez (Nephelometric
Turbidity Unity).
No
segundo dia de monitoramento, os pesquisadores retornaram a
Brumadinho para analisar o rio Paraopeba na área urbana da cidade.
Em seguida, a equipe parte para o município de São Joaquim de
Bicas, região com assentamentos de sem-terra e comunidades
indígenas. No fim do dia, Betim será o destino da expedição. No
município está a Usina Termelétrica de Igarapé e, por conta da
barragem, muito rejeito deve ter parado no local. No sábado, 2 de
fevereiro, a Fundação SOS Mata Atlântica iniciará suas atividades
nos municípios de Pará de Minas e Juatuba. “Nessa região é onde
está sendo feita a barragem de contenção de rejeitos em área de
captação de água. Lá, conseguiremos saber se essa estratégia
está funcionando ou não“, finaliza Malu.
Fonte:
ENVOLVERDE
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