Mata Atlântica tem novo mapa de áreas prioritárias para conservação.
Atualização
das regiões com prioridade de conservação do bioma foi realizada
pelo IPÊ e MMA, com apoio de cientistas e sociedade civil.
A
segunda atualização das Áreas Prioritárias para a Conservação
da Biodiversidade dos biomas Mata Atlântica, Amazônia, Pampas, Zona
Costeira e Marinha foi concluída. O trabalho (publicado na Portaria
MMA / Nº 463/2018) foi realizado pelo Departamento de Conservação
de Ecossistemas (DECO) da Secretaria de Biodiversidade do Ministério
do Meio Ambiente (MMA) e contou com vários parceiros de organizações
socioambientais e da sociedade civil na sua elaboração. O
resultado pode ser encontrado no site do MMA:
http://areasprioritarias.mma.gov.br.
O IPÊ –
Instituto de Pesquisas Ecológicas foi o responsável pela condução
da criação do novo mapa de áreas prioritárias para a conservação
da Mata Atlântica. O processo de criação desse mapa foi feito de
modo participativo. Sociedade civil, universidades, centros de
pesquisa, representantes governamentais, empresas e cidadãos comuns
puderam participar de pelo menos uma das cinco etapas que envolveram
esse grande levantamento: Consulta Pública para avaliar a última
atualização das Áreas Prioritárias; Definição de alvos e metas
para conservação; Definição da superfície de custo; Definição
da superfície de oportunidades; e Definição das áreas e ações
prioritárias para a conservação, uso sustentável e repartição
dos benefícios da biodiversidade na Mata Atlântica.
Clinton
Jenkins, coordenador da iniciativa pelo IPÊ, afirma que esta
avaliação contou com um processo muito mais completo para destacar
as informações necessárias de cada organização, cientista,
representante da sociedade civil participante. “Um componente
essencial de um processo participativo é a validação dos
resultados com as pessoas que participaram na construção do
processo. Baseada na análise de dados e as ajustes recomendados por
especialistas, essas áreas prioritárias atingem as metas para
conservação de 99% dos alvos do processo. Junto com as ações
recomendadas por as especialistas para cada área, avançamos muito
no planejamento para a conservação do bioma”, afirma.
A
seleção de áreas prioritárias para a conservação é um
instrumento de política pública para apoiar a tomada de decisão,
de forma objetiva e participativa, no planejamento e implementação
de ações para conservação da biodiversidade brasileira, tais como
a criação de unidades de conservação (UC), licenciamento,
fiscalização e fomento ao uso sustentável. As regras para
identificação de Áreas e Ações Prioritárias foram instituídas
pelo Decreto nº 5.092/2004.
“Esperamos
que os resultados deste processo possam ser utilizados como uma
ferramenta que contribua para um sistema de planejamento mais eficaz,
no qual investimentos e esforços, tanto do governo quanto da
iniciativa privada, sejam aplicados para subsidiar uma estratégia
espacial que promova ações integradas de conservação e uso
sustentável da biodiversidade da Mata Atlântica”, afirmou Mateus
Motter Dala Senta, analista ambiental do Departamento de Conservação
de Ecossistemas, Secretaria de Biodiversidade do MMA.
Angela
Pellin, pesquisadora do IPÊ, destaca que um mapa feito de forma
participativa tem muito mais chance de ser viável em sua aplicação
prática. “Temos uma quantidade muito maior de informações
espacializadas subsidiando o exercício. Conseguimos incluir de forma
bastante objetiva na análise, os custos e oportunidades que
dificultam ou facilitam a conservação para auxiliar na seleção
das áreas prioritárias. Com isso temos um mapa de áreas
prioritárias mais refinado e adequado ao contexto, e portanto, com
maior possibilidade de implementação”, afirma.
O
trabalho para criação do novo mapa foi desenvolvido no âmbito do
Projeto Biodiversidade e Mudanças Climáticas na Mata Atlântica,
coordenado pelo MMA no contexto da Cooperação para o
Desenvolvimento Sustentável Brasil-Alemanha, parte da Iniciativa
Internacional de Proteção do Clima (IKI) do Ministério Federal do
Meio Ambiente, Proteção da Natureza e Segurança Nuclear (BMU) da
Alemanha. O projeto também conta com o apoio técnico da Deutsche
Gesellscha fürInternaonale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH e tem apoio
financeiro do Banco de Fomento Alemão (KfW), por intermédio do
Fundo Brasileiro para Biodiversidade (Funbio).
Sobre
o IPÊ
O IPÊ –
Instituto de Pesquisas Ecológicas é uma organização brasileira
sem fins lucrativos que trabalha pela conservação da biodiversidade
do país, por meio de ciência, educação e negócios sustentáveis.
Fundado em 1992, tem sede em Nazaré Paulista (São Paulo), onde
também fica o seu centro de educação, a ESCAS – Escola Superior
de Conservação Ambiental e Sustentabilidade.
Presente
nos biomas Mata Atlântica, Amazônia, Pantanal e Cerrado, o
Instituto realiza cerca de 30 projetos ao ano, aplicando o Modelo IPÊ
de Conservação, que envolve pesquisa científica de espécies,
educação ambiental, conservação de habitats, envolvimento
comunitário, conservação da paisagem e apoio à construção de
políticas públicas. Além de projetos locais, o Instituto também
desenvolve trabalhos em diversas regiões, seguindo os temas Áreas
Protegidas, Áreas Urbanas e Pesquisa & Desenvolvimento (Capital
Natural e Biodiversidade).
Para o
desenvolvimento dos projetos socioambientais, o IPÊ conta com
parceiros de todos os setores e trabalha como articulador em frentes
que promovem o engajamento e o fortalecimento mútuo entre
organizações socioambientais, iniciativa privada e instituições
governamentais.
Fonte: ENVOLVERDE
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