Marcado
Livre de Energia vai crescer muito até 2025.
Por Katherine Rivas, da Envolverde –
O desafio é diminuir o desperdício de energia,
hoje equivalente a 67% da Itaipu.
Na contramão da crise brasileira um novo mercado
está crescendo no Brasil. Conhecido como mercado livre, no qual o consumidor
traça suas estratégias e negocia as condições de contratação da sua energia.
Dados comprovam que o número de consumidores que migraram do mercado cativo
para este novo modelo, em 2016, representa 125% de crescimento sob sua gestão.
Até o fim de dezembro, 750 empresas estarão na carteira de clientes deste
mercado gerando R$ 1,2 bilhão de economia na energia do país.
Os pioneiros desta mudança são empresas
alimentícias, o setor de serviços, manufaturados, shoppings centers e
plásticos. Entre os motivos principais que provocam a transição estão a
previsibilidade do custo da conta de energia, sem alterações abruptas do
mercado comum e independentemente do tempo de contrato, e a possibilidade de
escolher a fonte de energia que desejam consumir.
Segundo Cristopher Vlavianos, presidente da Comerc
Energia, a crise de 2015 impactou no crescimento do mercado livre pela
diminuição do valor da tarifa cativa em 20%, no entanto, os próximos anos
garantem um novo domínio das iniciativas livres e sustentáveis. “Os
desafios a serem superados envolvem o financiamento do Banco Nacional do
Desenvolvimento (BNDS) que exige contratos de longo prazo e o legado às
distribuidoras de contratos que não tem consumo existente”, diz. Para o ano
2017 a Comerc espera um crescimento de 20% no faturamento e 35% no número de
clientes.
Um estudo da FGV indica que por cada 10% de
incremento no valor da energia elétrica há um impacto de 0,6% na inflação do
país. A expectativa para 2017 é que o PIB do mercado livre aumente em 1,6% com
novas alternativas para investidores.
Eficiência Solar
Apesar do potencial energético do Brasil,
especialistas consideram que ele é ineficiente nas suas instalações solares.
Segundo as diretrizes do Acordo de Paris, até 2025 será necessário reduzir 35%
o uso de energia, mas o Brasil desperdiça anualmente o equivalente a 67% da
Itaipu comprometendo os objetivos climáticos.
O mercado livre gerou R$ 1,2 bilhão de economia no
Brasil.
Foto: Arquivo
Foto: Arquivo
A transformação já iniciou nos sistemas de geração
distribuída e usinas. No Brasil existem 6000 unidades instaladas e a previsão
até final de ano é de 20 mil unidades. Um estudo feito pela Bloomberg
afirma que o custo da energia solar de 50 dólares por Megawatt-hora (MWh)
diminuirá nos próximos anos. Até 2040 a energia solar será a energia renovável
mais barata, gerando também emprego.
No ranking nacional de pequenos consumidores e
residências as cidades de Belém com uma geração de 1658 (MWh/ano) e a cidade de
Cuiabá com 1717 (MWh/ano) estão no topo. E no ranking de Comércio e Indístria
os líderes são Cuiabá (1717 MwH/ano) e Aracajú (1809 Mwh/ano). De acordo
com dados da Comerc Solar, o investimento para uma residência de 4 quartos com
consumo mensal de 350 kwh é de 22 mil reais e para um Shopping Center com
consumo mensal de 200.000 kwh o custo é de 11 mil reais.
Marcel Haratz, diretor da Comerc Solar, defende que
é preciso fazer esforços para que o BNDES melhore a linha de financiamento de
eficiência energética, desta forma os clientes reduzirão o consumo e aumentarão
sua rentabilidade. Haratz apoia a redução de custos por causa da crise
brasileira permitindo um impacto favorável ao mercado.
Gás Natural
A realidade do gás no Brasil não é muito distante,
mesmo com as diversas formas de extração o país precisa importar 40% da sua
necessidade. Em 2016 o mercado experimentou a redução de suas tarifas
impactando de forma positiva no mercado livre. É o caso da Comgas que teve uma
redução de 30%, o que não acontecia há muitos anos.
Pedro Franklin, diretor da Comerc Gás, considera
que 2017 será o ano de mudanças surpreendentes, entre estas a volta dos leilões
de concessão para exploração do pré-sal e o aumento da oferta de óleo e gás no
Brasil. Ele qualifica o governo Temer como um governo pró-mercado que
facilitará o crescimento de investidores livres.
A concessão da Petrobrás compartilhará infraestrutura
com produtores nacionais.
Foto: Arquivo Petrobrás
Foto: Arquivo Petrobrás
Entre os objetivos a nível nacional estão:
estabelecer uma parcela fixa para o transporte, fazendo com que produtores
paguem um valor estável assim como consumidores. O valor será dividido
por regiões. Franklin afirma que a mudança será realizada de forma lenta para
que o impacto não seja radical, porém significativo.
Entre as estratégias está também a concessão da
Petrobras. A instituição compartilhará sua estrutura com outros produtores e
cobrará um valor por isso. “O mercado livre de energia elétrica existe desde
1995 no Brasil e cresce a passos largos, com consumidores obtendo redução de
custo significativa e previsibilidade de orçamento chegou a vez do gás
natural”, explica o diretor.
A tendência é que o preço do gás não esteja mais
atrelado ao petróleo, no regime tarifário atual os dois caminham juntos, mas a
realidade vai mudar nos próximos anos. Mesmo com o aumento do petróleo o objetivo
é que o gás permaneça intacto.
Fonte: ENVOLVERDE
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