segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

O presente que as crianças mais querem.
Por Maria Helena Masquetti*

Quem já não participou de uma conversa animada entre amigos quando o assunto eram fatos vividos na infância? Volta e meia, essas recordações acontecem e raramente o que nos salta primeiro à lembrança são os presentes que ganhamos, exceto quando vinham carregados de alguma história ou significado especial.

No entanto, como em todos os anos, muitos pais e familiares estarão às voltas nestas festas com a busca de presentes para suas crianças. É claro que a intenção de fazê-las felizes é a maior razão de tantos sacrifícios de tempo ou dinheiro, porém, presenteá-las com algo valioso e inesquecível, gastando o mínimo e ainda gerando recordações que as acompanharão para sempre, também é perfeitamente possível. A questão é o quanto estamos determinados a resgatar das mãos do marketing o conceito de felicidade com o qual ele tenta revestir produtos e serviços diversos.

Diferentemente desta felicidade artificial que o marketing tanto propaga, as crianças, quando livres no seu brincar, encontram prazer e alegria em coisas que quase nem percebemos. Numa viagem rápida pela própria imaginação, elas mergulham em cenários cuja beleza nenhum brinquedo – ainda mais concebido e fabricado por adultos – pode reproduzir.
Diferentemente desta felicidade artificial que o marketing tanto propaga, as crianças, quando livres no seu brincar, encontram prazer e alegria em coisas que quase nem percebemos. Foto: Shuttestock

Forçando um pouco a memória, talvez nos recordemos de uma boneca de pano ou do carrinho de lata que alguém nos ajudou a fazer. Provavelmente nos volte à memória a euforia com a qual acordávamos para uma viagem de férias ou mesmo para a casa de um parente mais próximo. Ir encontrar os avós, fosse no aeroporto ou num ponto de ônibus, podia nos render horas de expectativa. 

Enfileirar cadeiras na sala para apresentar à família envolvida uma risonha e mambembe peça teatral era um espetáculo e tanto. Construir um brinquedo com o envolvimento de um adulto então, melhor que não ficasse pronto tão cedo a fim de prolongar um momento tão bom. Exemplos assim são fragmentos minúsculos do arsenal de ideias que podemos colocar em prática, usando o tempo que iremos gastar percorrendo lojas nos shoppings atrás de objetos que perderão a felicidade que prometem antes mesmo que a inclemente fatura do cartão de crédito nos seja entregue.

Se perguntarmos, hoje, a uma criança alvejada por comerciais sobre o que ela deseja ganhar, na maioria das vezes, sua resposta será automática, além de praticamente em coro com milhões de outras crianças que estarão pedindo por um mesmo produto, da mesma marca, do mesmo tamanho ou até da mesma cor. E isto sem que nos debrucemos a pensar sobre o quanto essa padronização do desejo pode afetar a construção da identidade dos pequenos e, mais tarde, suas próprias convicções adultas.

Ante a perspectiva de ver nossas crianças crescerem desejando o que o marketing deseja para elas, é de pasmar o contrassenso expresso nas assinaturas de tantos comerciais; “Para você que sabe o que quer” ou “Quem sabe o que quer, vai mais longe!”. Neste contexto contraditório das vendas, essas assinaturas são ocas de fundamento, ao passo que podem se tornar verdadeiras se estivermos com nossas crianças, nomeando suas características individuais e gerando condições para sua expressão própria.

Dado o bombardeio diário e das bem engendradas mensagens endereçadas aos pontos mais frágeis das crianças, provavelmente a maioria delas prefira os produtos anunciados muito mais do que os presentes marcados pelo afeto e pela correspondência com seus anseios legítimos. Cabe, no entanto, àqueles que realmente querem o melhor para elas, não abrir mão do que acreditam. Nada é mais convincente para uma criança do que ver nos adultos de quem elas dependem a convicção de que ser é melhor do que ter e a alegria de construir junto com elas uma felicidade possível e uma história de infância rica de inventividade e ternura que elas não se cansarão de lembrar e contar.

* Maria Helena Masquetti é graduada em Psicologia e Comunicação Social, possui especialização em Psicoterapia Breve e realiza atendimento clínico em consultório desde 1993. Exerceu a função de redatora publicitária durante 12 anos e hoje é psicóloga do Instituto Alana.


Fonte: ENVOLVERDE
Imposto sobre carbono é uma possibilidade.
Por Farid Ahmed, da IPS – 

Daca, Bangladesh, 21/12/2016 – Bangladesh estuda uma proposta do Banco Mundial para introduzir um imposto sobre carbono, o primeiro desse tipo nesse país da África meridional, apesar do temor de receber uma resposta negativa dos consumidores. Originalmente, o banco propôs ao governo bengali aplicar o imposto apenas sobre os produtos derivados do petróleo, e funcionários bancários recomendaram que as autoridades mantenham o preço de mercado dos combustíveis reduzindo a própria renda.

Os custos dos combustíveis costumam ser mais elevados nesse país em relação ao mercado internacional, o que permitiu ao governo obter enormes ganhos em anos passados. “Devemos analisar a proposta para ponderar prós e contras”, opinou à IPS o ministro de Finanças e Planejamento, M. A. 

Mannan. Tentativas anteriores do ministro das Finanças, Abul Maal Abdul Muhith, de introduzir impostos às indústrias mais contaminantes não conseguiram progredir, e vários funcionários, que pediram para não serem identificados, disseram que o governo não vai se apressar na criação de novos impostos.

Porém, ativistas contra a mudança climática e cientistas ficaram muito contentes com a proposta e disseram que os responsáveis pelas emissões de carbono deveriam arcar com o custo. Também consideraram que um imposto como esse fomentaria novos investimentos em tecnologias limpas, mas destacando que o preço de mercado dos combustíveis fósseis deveria permanecer inalterado para os consumidores.
Um trabalhador coloca tijolos para cozimento em uma fábrica tradicional em Munshiganj, em Bangladesh. Essas fábricas são responsáveis pela liberação de grandes quantidades de carbono. Foto: Farid Ahmed/IPS

“Bangladesh não tem obrigação de fixar um imposto sobre carbono, embora deva fazê-lo para aumentar a renda dos investimentos em energias limpas e também impor um custo às energias contaminantes”, afirmou Saleemul Huq, diretor do Centro Internacional para Mudança Climática e Desenvolvimento.

“Atualmente, o preço para os consumidores é muito mais alto do que o necessário, se considerarmos o valor global do petróleo importado. Por isso, o custo de um imposto sobre carbono não deve ser repassado aos consumidores”, destacou Huq. O imposto coletado irá para o Estado, que poderá destinar o dinheiro a investimentos em energias limpas, apontou.

No entanto, o diretor de uma organização de defesa dos direitos dos consumidores discorda. “Não creio que se justifique um imposto sobre o carbono, justo nesse momento”, opinou à IPS o presidente da Associação de Consumidores de Bangladesh, Ghulam Rahman, que preside a Comissão Anticorrupção do país. E destacou que não só afetará os consumidores como prejudicará a produção e o desenvolvimento nacionais, e que Bangladesh não deveria se apressar em criar um imposto sobre carbono, quando os grandes contaminadores do mundo não o fazem.

A fim de conter os efeitos do aquecimento global, Bangladesh emendou a Constituição em 2011, e incluiu vários artigos para proteger o ambiente e preservar os recursos naturais para as gerações atual e futuras. Além disso, no contexto de suas Contribuições Determinadas em Nível Nacional, apresentadas na COP 21 da Conferência das Partes da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática, realizada em Paris em dezembro de 2015, esse país se comprometeu a reduzir as emissões contaminantes em 5%.

Por sua vez, Rashed Al Mahmud Titumir, professor de economia da Universidade de Daca e diretor da equipe de pesquisa política Unnayan Onneshan, disse que o governo deve adotar medidas efetivas para reduzir as emissões de gases-estufa, mas, em lugar de criar um imposto sobre carbono imediatamente, deve fomentar as tecnologias verdes e limpas com benefícios fiscais, entre outros. 

Além das consequências negativas para o ambiente, as emissões de dióxido de carbono são um grande problema de saúde pública, pontuou.

Bangladesh é um dos países mais vulneráveis à mudança climática, por sua geografia e terras baixas, e foi o primeiro a criar, com ajuda do Banco Mundial, o Fundo Fiduciário sobre Mudança Climática para ajudar na mitigação e adaptação ao fenômeno. O país poderia novamente dar o exemplo. Por sua vez, o responsável pelo escritório do Banco Mundial em Daca, Zahid Huassain, explicou que “os produtos derivados do petróleo são a melhor opção para que o país introduza um imposto sobre carbono, pois o governo obtém enormes benefícios com sua venda”.

Hussain acrescentou que Bangladesh pode começar pelos combustíveis, já que poderia ser difícil cobrar impostos sobre carbono de outros derivados. Para ele, embora o preço dos combustíveis seja flutuante, o governo pode ajudar os segmentos mais vulneráveis da população. Além de aproveitar uma significativa fonte de renda, um imposto sobre carbono pode ajudar o país e os exportadores a criarem um nicho nos mercados mundiais mais desenvolvidos e com consciência ambiental, afirmou.

Um documento do Banco Mundial não descarta os desafios que um gravame ao carbono significa e diz que as autoridades têm razões para se preocupar com as consequências de uma medida como essa sobre os segmentos mais pobres da população e sobre alguns setores da economia. “Um imposto sobre carbono pode ter benefícios significativos para Bangladesh, mas não significa que não existem dificuldades”, reconhece o Banco Mundial.


Fonte: ENVOLVERDE
Plurale em revista.
Edição 54 traz Ilha de Páscoa, Complexo de Apiacás na Amazônia, ações voluntárias e ensaio fotográfico especial em comemoração dos nove anos da publicação.

Por Sônia Araripe e Carlos Franco*

O número 54 da Plurale em revista, editada pelos jornalistas Sônia Araripe e Carlos Franco e dedicada a discutir temas relacionados à sustentabilidade, já está circulando. Esta Edição tão especial, ainda na comemoração dos nove anos de trajetória, traz artigos inéditos de Giuliana Preziosi, Luiz Antônio Gaulia e Luiz Fernando Bello. A editora Sônia Araripe esteve no norte do Mato Grosso, no bioma da Amazônia, conferindo a inauguração do Complexo de Apiacás e a preocupação com a sustentabilidade. Também neste número a incrível história do Projeto Grael, que, há 18 anos, transforma vidas de jovens em Niterói.

Nícia Ribas visitou a Ilha de Páscoa e conta sobre a magia do lugar. De Orlando (EUA), a jornalista Virgínia Silveira e sua filha, Leda Alvim, relatam a ação de voluntários incansáveis. Sempre antenada com o que há de novidade em termos de bem-estar, a Mestra em Ciências da Saúde Lou Fernandes Prem Indira revela técnica incrível de relaxamento. Isabel Capaverde apresenta novos documentários na sua Coluna Cinema Verde e Isabella Araripe assina a coluna Ecoturismo.

Um ensaio fotográfico, especial Flores, de Luciana Tancredo revela diferentes espécies de variados biomas, formatos e cores. Esta é a mensagem que Plurale quer deixar aos leitores: que 2017 seja de mais harmonia, traga dias melhores, saúde e força para encararmos os desafios.

Plurale em revista e Plurale em site

Há nove anos acreditando na sustentabilidade como tema principal, Plurale em revista e Plurale em site, dirigidos pelos jornalistas Sônia Araripe e Carlos Franco, vêm divulgando histórias de pessoas, empresas e projetos, abordando temas relacionados ao meio ambiente e iniciativas de cidadania, ação e cultura.



Fonte: ENVOLVERDE
Oceanos pedem socorro!
Por Katherine Rivas, da Envolverde*

Pesca irregular coloca 475 espécies marinhas em perigo de extinção no Brasil. Campanha clama por ações dos ministros José Sarney e Blairo Maggi.

A vida marinha do Brasil está em risco pela pesca predatória. Desde 2011, o governo brasileiro não faz acompanhamentos nem divulga dados oficiais sobre a pesca gerando prejuízo as espécies marítimas.

Entre os impactos mais comuns estão a pesca excessiva onde pesqueiras usam técnicas pouco sustentáveis e irregulares, a captura de fauna acompanhante onde cada ano 7 milhões de toneladas de organismos marinhos são capturados acidentalmente por estarem nas áreas de pesca sendo jogados mortos de volta ao mar e a destruição de habitats entre estes corais e outros provocados pela poluição de plásticos, mercúrios, antibióticos e vazamento de óleo.

Para desenvolver políticas públicas no setor é preciso que o governo incentive atividades, regule preços e estoque, uma ação hoje inexistente no país. Para os especialistas da ONG Oceana, organização internacional dedicada a proteger a biodiversidade dos oceanos, no Brasil não é possível saber quantos barcos ou pescadores existem, nem quanto é capturado de cada espécie ou desembarcado e descartado no mar.

Neste sentido o governo e a sociedade não conseguem ter referencias da sobrepesca de uma espécie. 

“Precisamos coletar dados e monitorar dados, isso é importante para garantir a continuidade da atividade, evitando o colapso das pescarias e garantir que os estoques não ficarão ameaçados” explica Monica Peres, diretora-geral da Oceana.

Com o objetivo de sensibilizar os ministros com a atividade pesqueira e a coleção de dados sérios a Oceana criou a campanha #Oceanospedemajuda que iniciou no mês de dezembro e se prolongará ao longo de 2017 até alcançar os objetivos planejados. Um destes objetivos é garantir o compromisso dos ministros Blairo Maggi, da Agricultura, e Jose Sarney Filho do Meio Ambiente de divulgar em 2017 dados da pesca e desembarque. Até o momento, só o ministro Blairo Maggi cedeu a campanha.


O projeto mostra a urgência dos ecossistemas marítimos, nos quais é necessário evitar pescar acima da capacidade de reposição ou dos estoques para manter o equilíbrio ecológico.

No Brasil existem entre as espécies aquáticas 475 em perigo de extinção, sendo 100 espécies de peixes marinhos ameaçados pela pesca excessiva. Dentro deste grupo encontra-se também raias, tubarões, garoupas, entre outras.

As espécies não estão inclusas na Lista Nacional de Espécies de Peixes e Invertebrados Aquáticos Ameaçados de Extinção da portaria 445/2014 do Ministério do Meio Ambiente, no entanto o Tribunal Regional Federal reverteu o julgamento e a lista passa a vigorar com nova publicação ano que vem proibindo a captura das espécies com exceção de 14 delas que podem ser capturadas até 1 de março de 2017. Esta situação além de levar ao colapso das pescarias pode gerar fortes prejuízos econômicos e sociais.

Segundo dados do IBAMA os estudos consolidados da pesca brasileira vão até 2007, monitoramento que foi interrompido com a criação do Ministério da Pesca. Atualmente só o Estado de São Paulo realiza estes levantamentos, insuficientes para desenvolver políticas públicas no setor.

Para participar da campanha os interessados podem mandar um e-mail, ou marcar os ministros Sarney e Maggi no Facebook ou no Twitter. Está disponível também um vídeo no portal www.oceanopedeajuda.com.

Os internautas podem também usar os próprios perfis para criar novos posts e tuites sobre a temáticas. Para os organizadores o projeto já é de extrema importância para a conservação dos recursos pesqueiros no Brasil e pretendem manter a campanha até que as informações sejam coletadas e divulgadas adequadamente, independentemente dos esforços e tempo de duração.


Fonte: ENVOLVERDE
ECO21 – 2016 será lembrado como um ano devastador.
Editorial da revista ECO21, que trás uma boa cobertura da COP 13, de Cancún, e uma abordagem bastante ampla dos dilemas não resolvidos de 2016.
Capa: Instalação feita com alimentos orgânicos para a COP-13 sobre Biodiversidade, realizada em Cancún Arte: Silas e Adam Birtwistle. Foto: IISD.

Tanto na política nacional como internacional o ano 2016 foi pródigo em surpresas. No Brasil tivemos a queda de Cunha, derrocada de Dilma, as revelações da Justiça sobre os desmandos dos políticos e empresários, a ascensão do evangélico Crivella para a Prefeitura do Rio e do empresário João Dória para a de São Paulo, o desmantelamento do PT e da Rede de Marina Silva. No exterior a saída do Reino Unido da União Europeia, além da maior surpresa de todas: a eleição do negacionista Donald Trump. Paralelamente, a natureza mais uma vez mandou seu recado: os polos estão derretendo, inúmeras espécies de animais estão na Lista Vermelha da IUCN . No último quinquênio foram mortos 145 mil elefantes e só no ano passado quase 1500 rinocerontes. Os ursos brancos, as morsas e as girafas também entraram para a Lista dos animais em extinção.

Outra grande tragédia é a dos polinizadores: as abelhas e outros insetos benéficos para a vida estão desaparecendo por causa dos agrotóxicos utilizados em grande escala pelo agronegócio. O desmatamento das florestas no Brasil e na Indonésia atingiu níveis nunca vistos.

Diante desse panorama, os ambientalistas reagem, lutam nas Conferências da ONU sobre o clima, a desertificação, a biodiversidade e os recursos hídricos e denunciam os atropelos dos grandes interesses econômicos.

O Papa Francisco entrou no coro das vozes que protestam. No mês passado, na Pontifícia Academia das Ciências, perante 60 cientistas de todo o mundo afirmou que “a comunidade científica que demonstrou a crise do nosso planeta, hoje está convocada para constituir uma liderança que indique soluções sobre a água, as energias renováveis e a segurança alimentar. É indispensável criar um sistema normativo que inclua limites invioláveis e garanta a proteção dos ecossistemas antes que se produzam danos irreversíveis não só ao meio ambiente, mas também à convivência, à justiça e à liberdade”. Felizmente, o homem, que como disse Fidel Castro na RIO-92 é uma espécie a caminho da extinção, reage. Líderes, como Obama, conseguiram preservar imensas áreas marinhas (no Pacífico) e terrestres (no Alasca e Norte dos EUA) as quais ficaram livres da sobre-exploração da pesca e das empresas dos combustíveis fósseis.

Se não foi possível acabar com a caça das baleias, pelo menos houve a sensatez de preservar o Mar de Ross, na Antártida. Que tempos são esses em que se destrói o Cerrado para plantar soja irrigada com glifosato?! O Cerrado, que guarda a cura de inúmeras doenças e armazena as águas do Brasil, virará em poucos anos um deserto sem vida pior do que o Saara, o qual, paradoxalmente, mantém latentes vidas únicas nesse ecossistema tão hostil. Mas, não é só a destruição da natureza que nos espanta. A tragédia de Alepo vai além da imaginação. Kosovo foi quase um treinamento. Treblinka foi o ensaio geral. Quando explodiu a bomba atômica em Hiroshima, a apoteose da destruição, como escreveu Albert Camus, “a guerra, calamidade que se tornou definitiva somente por causa da inteligência humana, não dependerá mais dos apetites ou das doutrinas de tal ou qual Estado.

Em face às terrificantes perspectivas que se abrem perante a humanidade, nós percebemos mais ainda que a paz é o único combate que vale a pena ser livrado”. É uma perspectiva aberta pela eleição de Trump, mas ela se contrapõe às palavras do Papa Francisco que nos lembra: “a submissão da política à tecnologia e às finanças que buscam a ganância, se revela pelo atraso na aplicação de acordos mundiais sobre o ambiente, além das contínuas guerras de predomínio que, mascaradas por nobres reivindicações, causam danos cada vez mais graves ao ambiente e à riqueza moral de todos os povos”.

Os Jogos Olímpicos foram um sucesso, mas 2016 também foi um ano devastador entre os esportistas pelo desastre do time Chapecoense. A morte de todos esses jovens deslanchou uma corrente universal de solidariedade jamais vista. O mundo inteiro foi chapecoense e nós também somos chapecoenses.

A ECO•21 agradece aos nossos colaboradores que sempre nos prestigiaram com seus textos, fotos e todo tipo de incentivo permitindo que a revista prossiga na saga dos seus 27 anos de vida.

Felizes festas e um sustentável 2017 para todos!

Gaia Vivera!

Lúcia Chayb e René Capriles

SUMÁRIO

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Eliana Lucena

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Emilio Godoy

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Silvia Ribeiro

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Dal Marcondes

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Nathalia Clark

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Carlos Nobre e Rachel Biderman

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Tasso Azevedo

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Virgílio Viana

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Reinaldo Dias

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Carolina A Freire e Flávia D. F. Sampaio

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Júlio Ottoboni

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Samyra Crespo

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Patricia Fachin e Ricardo Machado

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Mario Mantovani

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Camila Faria

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Stephen Hawking

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Rubens Sergio dos Santos Vaz Junior

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Alberto Teixeira da Silva

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Fidel Castro

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David E. Guggenheim

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Daniela Stefano

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Luana Lourenço

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George Monbiot

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José Monserrat Filho

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Letícia Verdi


Fonte: ENVOLVERDE