Agricultores familiares de Alta Floresta aprendem técnicas para comercializar produtos e fidelizar seus clientes.
Agricultora
familiar aborda os clientes e expõe seus produtos (Foto: Redes
Socioprodutivas).
Barracas de alimentos e de
artesanato trouxeram um colorido diferente ao pátio do Instituto
Federal de Mato Grosso (IFMT), no campus de Alta Floresta (830 km ao
norte de Cuiabá).
A atividade, realizada em 16 de
abril, reuniu agricultores familiares matriculados no curso de Agente
de Desenvolvimento Cooperativo, promovido em parceria entre o projeto
Redes Socioprodutivas e o IFMT.
O objetivo era colocar em prática
as técnicas apresentadas na disciplina “Estratégia de Mercado,
Negociação e Poder de Barganha”, que integra a grade curricular
do curso.
“Era a primeira vez que alguns
produtores participavam de feiras e eles estavam bem ansiosos. E
justamente eles foram os que mais se destacaram: colocaram em prática
tudo o que aprenderam na disciplina e não ficaram tímidos”,
relatou o professor Luan Cândido da Silva, que é técnico em
hortifrutigranjeiros do ICV (Instituto Centro de Vida).
Veridiana Vieira da Associação dos
Coletores e Coletoras de Castanha-do-Brasil do PA Juruena (ACCPAJ)
estava entre os calouros. Segundo ela, a disciplina foi “importante
para aprender mais sobre técnicas de marketing, como chamar atenção
para um produto e apresentá-lo de forma organizada para conquistar
e, principalmente, fidelizar o cliente”.
Os 33 participantes do curso
comercializaram doces, salgados, castanhas, bonecas de pano e outros
artesanatos. A feira durou três horas e atingiu a marca de mil reais
movimentados nos primeiros 30 minutos.
A disciplina ensinou os produtores a
contar histórias sobre a origem dos alimentos para estimular as
vendas. Os agricultores familiares que participam do Redes
Socioprodutivas – realizado pelo ICV com o apoio do Fundo Amazônia
– oferecem produtos que geram renda para comunidades locais,
fortalecendo a economia da região. Além disso, os alimentos são
orgânicos ou em transição para esse sistema, garantindo benefícios
para a saúde dos consumidores.
Durante as aulas, os estudantes
aprenderam como abordar os clientes e apresentar os produtos.
Rosangela Aparecida dos Santos Silva, da Associação de Mulheres
Trabalhadoras Rurais e Artesãs de Nova Monte Verde, já tinha
experiência com feiras, mas percebeu que os conceitos aprendidos
fizeram a diferença. “Esse módulo foi produtivo, pois os
professores explicaram muitas maneiras diferentes de comercializar,
como a dica de criar o cartaz e disponibilizar um número de WhatsApp
para a pessoa poder comprar por lá.” A propaganda boca a boca
também funcionou muito bem na prática, em especial na venda dos
doces para as crianças.
As diferentes cadeias
socioprodutivas foram representadas no evento (Foto: Redes
Socioprodutivas).
Marcely Alessandra Federicci da
Silva Oliveira, da Associação dos Produtores Orgânicos de Alta
Floresta (Aspoaf), lembrou das diferentes estratégias que conheceu
por meio da disciplina. “Muitas ferramentas facilitam nosso
trabalho e, a partir do momento em que começamos a usá-las,
explicando o nosso negócio, saímos do ‘acho’. Várias dessas
ferramentas nos dão mais coragem para tomar decisões e fazer
investimentos.”
Para Marcely, a feira foi uma
atividade muito gratificante. Ela defende que esse é um espaço
importante para o pequeno agricultor, que pode divulgar seus produtos
e realizar o contato direto com o consumidor final.
Os agricultores também receberam
informações sobre o processo de negociação e formas de acessar
diferentes mercados: do contato direto com o consumidor em feiras até
a exposição dos produtos em supermercados.
Ao total foram 30 horas de
disciplina, divididas em três dias, de 13 a 16 de abril.
Participaram produtores das cadeias socioprodutivas do babaçu, da
castanha, do cacau, do café, de hortifrutigranjeiros e do leite.
Após a feira no IFMT, os alunos se
reuniram uma última vez durante uma visita de campo ao sítio de um
dos colegas. Foi a oportunidade para relembrar conceitos sobre a
organização da produção, que pode aumentar a confiança do
consumidor no produtor.
“É importante aprender a vender
os produtos no contato com o consumidor. Mas tão importante quanto
isso é a preparação para a venda que ocorre ‘antes da
porteira’”, afirma Luan.
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Fonte: ICV
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