Medidor
mostra que 61% dos deputados atuam contra agenda socioambiental no Brasil.
Pelo menos 313 deputados federais, ou 61% da
Câmara, têm atuação parlamentar — em votações ou na elaboração de projetos de
lei — desfavorável à agenda socioambiental, que envolve a preservação do meio
ambiente, os direitos dos trabalhadores rurais e a defesa de comunidades
tradicionais, indígenas e quilombolas.
Os dados são resultado de um levantamento inédito
feito pela Repórter Brasil por meio do Ruralômetro, banco de dados e ferramenta
interativa que avalia o comportamento dos deputados eleitos em 2014 diante da
agenda socioambiental.
O Ruralômetro foi lançado nesta terça-feira (30
de janeiro) no site da Repórter Brasil, e tem acesso gratuito:
http://ruralometro.reporterbrasil.org.br.
O levantamento avaliou 131 projetos de lei cujos
autores são deputados eleitos em 2014 e 14 votações nominais (em que deputados
registram seu voto). Todos apresentam algum tipo de impacto ao meio ambiente,
povos indígenas e trabalhadores rurais.
Oito organizações independentes do terceiro setor
classificaram essas votações e projetos de lei como favoráveis ou desfavoráveis
(à agenda socioambiental), o que permitiu avaliar e pontuar os parlamentares.
São elas: Instituto Socioambiental (ISA), Comissão Pastoral da Terra (CPT),
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Confederação
Nacional dos Trabalhadores Assalariados(as) Rurais (Contar), Conselho
Indigenista Missionário (Cimi), Federação de Órgãos para Assistência Social e
Educacional (Fase), Greenpeace e Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do
Adolescente.
Entre os deputados com pior pontuação – representados
no Ruralômetro com temperaturas febris variando de 37,4⁰C a 42⁰C graus de febre
-, há ministros do atual governo, ex-ministros e pré-candidatos. Dos 313
deputados que tiveram comportamento legislativo desfavorável à agenda
socioambiental, quase a metade (49%) é da bancada ruralista, ou seja, são
integrantes da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA).
O deputado pior avaliado é o presidente da
bancada ruralista, Nilson Leitão (PSDB-MT), que foi pontuado com 42⁰C de febre.
Leitão é autor de nove projetos de lei desfavoráveis e votou ‘sim’ em sete
medidas provisórias ou projetos de lei considerados desfavoráveis ao setor
socioambiental.
Enquanto Leitão tem 42℃ de febre, a aspirante a
ministra do Trabalho, Cristiane Brasil, tem 39,3℃, e os ministros Carlos Marun
(Secretaria de Governo) e Leonardo Picciani (Esportes) têm 40℃ e 40,2℃
respectivamente. Dos pré-candidatos, Jair Bolsonaro (presidência) tem 38,7⁰C e
Celso Russomanno (governo de São Paulo), tem 39,8⁰C de febre.
Fonte: ENVOLVERDE
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