Obesidade: somos o que nossos pais e avós comeram.
Por Katherine Rivas, da Envolverde –
Para especialistas a situação atual da obesidade no
Brasil é crônica, irreversível e reproduz modelo americano. Na contramão, Grupo
Ferrero implanta projeto que incentiva a prática de esportes e capacita
professores para difundir hábitos de vida saudáveis.
Na procura de alianças de sustentabilidade que
gerem impacto comunitário, especialistas chamam a atenção para uma problemática
crescente no Brasil, o aumento da obesidade e o desinteresse pelas atividades
esportivas em crianças e adolescentes como temática principal da saúde das
novas gerações.
Durante o lançamento do sétimo relatório de
sustentabilidade do Grupo Ferrero, evento anfitrionado pela embaixada italiana
“Condividere Valori per Creare Valore – Alimentação e Esporte para uma Vida
Saudável”, o Dr. Hugo Ribeiro, nutrólogo e consultor da Organização Mundial da
Saúde (OMS), junto à Maria Gonçalves Paula (Magic Paula), conhecida
como uma das maiores jogadoras do basquete feminino brasileiro, manifestaram a
necessidade de criar novas estratégias sobre atividade física e alimentação.
Eles acreditam que a situação atual do país pode ser desacelerada, mas as
consequências geracionais são irreversíveis.
Hugo Ribeiro e Magic Paula debatem sobre a saúde
atual do Brasil. Foto: Katherine Rivas
Segundo estudos da OMS o mundo atual é um mundo
obeso. Nos Estados Unidos a expectativa até 2030 é que 50% da população faça
parte deste grupo de risco, já no Brasil se estima que 30% da população padeça
de obesidade nos próximos 15 anos.
Hugo Ribeiro considera que o sistema de avaliação
nutricional está errado porque acreditamos na proibição e demonização dos
alimentos. Segundo o especialista uma alimentação saudável não poder ser
mensurada em cada colherada consumida e sim num conjunto de refeições ao longo
de um período. Ribeiro afirma que a base das tendências alimentares radica na
gestação e na infância devido a que existe uma predisposição genética de
repetir os hábitos de outras gerações. “Somos fruto de uma programação
genética, somos o que nossos pais e nossos avós comeram, mudar o padrão
alimentício não é coisa de anos e sim de séculos, o impacto das gerações já
está impresso na gente”, explica.
Para Ribeiro a sociedade atual não sabe lidar com
restrição e tem uma predisposição aos excessos o que explica o alto consumo de
alimentos calóricos interligados também com o instinto de sobrevivência.
O nutrólogo avalia a situação do Brasil como
crônica pois esta reproduz o modelo da sociedade americana. Ele considera
impossível interromper o processo, porém ele vê uma alternativa na educação das
grávidas e crianças de até dois anos de idade. “Mudar o ciclo é impossível, mas
com educação podemos desacelerar”.
Nossas escolhas alimentícias podem influenciar até
três gerações. Foto: Arquivo
A crise dos esportes
Magic Paula aponta uma problemática a nível
nacional que mostra a desvalorização do esporte nas escolas. No Brasil 30% das
instituições educativas não possuem um lugar adequado para a pratica de
esportes.
Ela qualifica de forma negativa a falta de
obrigatoriedade das aulas de educação física, imposta pelo governo, nas escolas
por este ser um fator que contribui em alta a desestimular os jovens.“O sistema
precisa mudar, se o Ministério de Educação não conversa com o da Saúde ou da
Assistência Social nada vai funcionar de forma correta. Estamos perdendo não só
o interesse das crianças e adolescentes, mas também dos profissionais que
largam as escolas para dar aulas em academias”, desabafa.
A esportista diz que o Brasil é dono da cultura do
desespero, porque precisa chegar a níveis preocupantes para reagir. Ela avalia
como crônica a situação do sedentarismo e a obesidade no país, influenciada por
múltiplos fatores entre estes a nova onda digital e games que se transformam em
uma concorrência desleal.
O Grupo Ferrero implantou este ano o projeto Kinder
Sport no Brasil beneficiando inicialmente 600 crianças na cidade de Poços de
Caldas (MG) e a Comunidade Cidade de Deus no Rio de Janeiro. O projeto, já
presente em 25 países, incentiva a prática de esportes em crianças e
adolescentes capacitando também os professores para difundir hábitos de vida
saudáveis.
Mundialmente no ano 2014 e 2015 o projeto
movimentou 4,1 milhões de crianças.
Compromissos
O sétimo Relatório de Sustentabilidade do Grupo
Ferrero reafirmou os 18 compromissos da instituição com o meio ambiente e a
comunidade até 2020. Alguns destes são: redução de 40% das emissões de CO2 nas
suas atividades produtivas, 100% do cacau utilizado com certificação
sustentável, 100% do açúcar de cana refinado proveniente de fontes de
fornecimento rastreadas, 70% de autogeração de energia própria nas sedes e uso
de embalagens que utilizam materiais derivados de recursos renováveis.
Com o intuito de gerar transformação social o Grupo
se fortalece em quatro pilares: Medir, Educar, Projetar, Colaborar.
Afonso Champi, diretor de Relações Institucionais do Grupo Ferrero coloca como
prioridade entender que o Brasil é uma das últimas reservas de terras
cultiváveis do mundo em consequência é necessário pensar como emitir menos com
novas soluções tecnológicas.
O Grupo recebeu pontuação máxima no Ranking da
World WildlifeFun – WWF entre 127 empresas, no contexto de estratégias
sustentáveis e de impacto global.
Fonte: ENVOLVERDE
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