Em seminário regional, Brasil
mostra os avanços conquistados através da agricultura familiar.
por
Redação da ONU Brasil
Foto: EBC
Brasil lidera países que apostaram neste setor, com
um orçamento do programa nacional de agricultura familiar dez vezes maior desde
1996, afirma relatório da ONU.
Políticas para a agricultura familiar devem
incorporar uma abordagem transversal que vá além do apoio à produção e
considere o papel do setor na luta contra a fome e a pobreza, na preservação do
meio ambiente, da educação, da saúde e do desenvolvimento regional, disse o
representante da Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO),
Raúl Benitez, nessa segunda-feira (4).
“Não podemos tratar situações diferentes com as
mesmas ferramentas. Devemos focar as políticas para a agricultura familiar nos
desafios próprios desta produção, caso contrário, aprofundaremos suas
desigualdades”, disse Benitez, durante o Seminário sobre Políticas Públicas e
Agricultura Familiar na América Latina e o Caribe, que acontece em Santiago, no
Chile, e visa a analisar a situação atual e os desafios futuros das políticas
públicas da agricultura familiar na região.
Na ocasião, os participantes ressaltaram que a nova
geração de políticas para a agricultura familiar deve ser inclusiva para poder
responder à realidade rural, em particular, a situação das mulheres, dos jovens
e dos povos indígenas. Além disso, enfatizaram a importância de reconhecer os
direitos à terra, à água e às sementes e à diversidade para o setor em questão.
Benitez ressaltou que a FAO apoia os governos
através da Iniciativa Regional para a Agricultura Familiar e o Desenvolvimento
da Área Rural, uma das suas três prioridades para o trabalho na região.
Para o coordenador do Programa FIDA MERCOSUL,
Álvaro Ramos, a agricultura familiar não é sinônimo de pobreza e sim parte da
solução para o desenvolvimento rural. Já o secretário de Agricultura Familiar
do Ministério do Desenvolvimento Agrário do Brasil, Valter Bianchini, afirmou
que esta prática ajudou a responder à demanda por alimentos gerada pelo aumento
da renda no país.
Crescente papel do setor
De acordo com a publicação Políticas Públicas e Agricultura
Familiar na América Latina e no Caribe, apresentado pela CEPAL
durante o seminário, foi possível conhecer três avanços importantes do setor na
região.
A primeira trata-se do avanço que a visibilidade e
o reconhecimento da agricultura familiar tem conquistado nas últimas décadas. A
segunda relaciona-se com a designação dos governos de um orçamento específico
para esta categoria de agricultores, garantindo o acesso à recursos reservados;
e a terceira refere-se à crescente complexidade da gama de políticas e
instituições com incidências na agricultura familiar.
A publicação também destacou que o Brasil aumentou
em dez vezes o orçamento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar (PRONAF) desde 1996. E, entre 2013 e 2014, repassou 9,5 bilhões de
dólares de crédito para os agricultores familiares.
“Tudo isso mostra que a América Latina e o Caribe
não está apenas liderando a luta contra a fome global, está reconhecendo na
agricultura familiar um aliado chave para a segurança alimentar”, disse Raul
Benitez.
Fonte: ONU Brasil
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