Em tempos de seca, o sol brilha
na Califórnia.
por Luciano Dantas, do
Greenpeace
Adentrando seu quarto ano seguido de seca, o
estado da Califórnia acaba de sofrer uma redução de 50% na produção de energia
proveniente das hidrelétricas.
Durante muito tempo, a alternativa para momentos
como esse foi a produção de energia a partir da queima de gás natural.
Entretanto, a utilização dessa fonte é uma falsa solução por dois motivos: a
alta demanda de água na geração de eletricidade pelas térmicas; e a alta
emissão de gases de efeito estufa, que acabam tornando os períodos de chuva
mais imprevisíveis.
Diante dessa verdadeira crise, é nas energias
limpas e renováveis que se concentram as esperanças dos californianos: “As
barragens hidrelétricas destroem rios e causam emissões de metano, responsável
pelas mudanças climáticas. Eólica e solar são as melhores maneiras de gerar
eletricidade. Nossas águas devem fluir de maneira rápida e livre o quanto antes
para que seres humanos e animais possam usufruir desse bem comum”, afirma Gary
Wockner, porta-voz das ONGs Save the Poudre e Save the Colorado, que trabalham
em prol da preservação dos rios homônimos.
Atualmente, quase 60% do estado da Califórnia
vivem sob a condição de seca severa ou extrema, de acordo com o último
levantamento feito pelo California Nevada River Forecast Center, responsável
pelo monitoramento hídrico dos estados da Califórnia e Nevada.
Enquanto isso, enfrentando o terceiro ano seguido
de estiagem rigorosa, o Brasil também sofre com uma crise hídrica que
compromete a produção de energia por meio das hidrelétricas. Contudo, na
contramão dos californianos, as autoridades brasileiras seguem ignorando o
enorme potencial das fontes limpas de energia, e ao invés de investir
fortemente no desenvolvimento da energia eólica e solar – que possibilitariam a
diversificação da nossa matriz, o que se vê é intensificação do uso das
termelétricas e a insistência na construção de grandes hidrelétricas, alagando
regiões produtivas, desalojando tribos indígenas e cidades, a troco de aumentar
a produção de energia suja – como o Xingu.
Fonte: Greenpeace
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